terça-feira, 6 de abril de 2010

RESULTADO DOS SEMINÁRIOS APRESENTADOS PELOS COLABORADORES EM EQUIPES

Como facilitadora , publiquei estes textos sobre opinião dos participantes das palestras que ministrei sobre Educação Ambiental e Turismo Ambiental Dinâmicas realizadas originou esta opinião . Capacitação de Recursos é minha especialidade.

Equipe alimentos e bebidas

Meio Ambiente
A degradação do meio ambiente acontece desde a Pré-História onde o homem desmatava só para construir sua casa. Atualmente com a tecnologia avançada eles comercializam madeira para todos os fins , desmatam para praticar a agricultura , para a instalação de indústrias , construção de prédios e cidades.
Obs. No rio Pojuca nota-se a presença de esgotos e desmatamentos , e as pessoas que frequentam diariamente jogam lixo no rio.
Nós como cidadãos praticamos a coleta seletiva de lixo . `As vezes quando vou até o Rio tanto conscientizar as pessoas que o lixo não pode ser jogado na natureza diariamente.
Cidadania é cumprir com nossos direitos e deveres . Respeitar o ser humano e a natureza .


Equipe Informática, Manutenção


Cidadania , nada mais é do que exercer e fazer exercer os direitos e deveres do cidadão , formando , assim , uma comunidade através da preservação do ambiente onde a comunidade está inserida .


Equipe Ambiental

Estamos trabalhando para conscientizar nossa comunidade e seus visitantes da importância de nossa fauna e flora!
Respeitos aos direitos dos outros e consciente de nossos deveres .
Respeito de nossas culturas tradicionais , incentivando a prática dessas!
Lixo : incentivar a coleta seletiva ( reciclagem e compostagem) Jogar lixo no lixo
Praticar em casa , na rua , sozinho ou acompanhado !

Equipe Governança

Caso , cada pessoa exercesse a cidadania , procurando respeitar o meio ambiente , não haveria tanta destruição, poluição com o meio em que vivemos.
Devemos respeitar o meio ambiente , pois precisamos dele para a nossa sobrevivência, como também a dos animais e as pessoas. Lixo no Lixo !

Equipe Lazer , qualidade

É um conceito simples que inclui direitos e deveres em tudo que nos envolve envolve de um grupo social .
Apesar da maioria conhecer esse conceito sobre cidadania, infelizmente erros são cometidos.




Equipe Recepção

Cidadania
Respeito ao próximo a cultura local, a natureza com o objetivo de obter o bem comum .
• Desenvolver atividades econômicas preservando a natureza
• Ações preventivas e não corretivas
• Programas de Conscientização Ambiental para as comunidades

Equipe Limpeza

Ações de Cidadania
Campeonato de caça ao lixo
Respeito a cultura local
Respeito a natureza
Respeito a tudo
Utilização racional dos bens naturais
A transformação de ações , benefícios voltados para a comunidade
Não basta Ter consciência , mas a consciência com atitude .

Reciclagem de latas - metais


Em Ubatuba se faz presente a reciclagem de latinhas . Participe se você mora aqui ou visita.

Modo de vida caiçara - Museu dentro do Projeto Tamar em Ubatuba


Este museu retrata a cultura caiçara , desde utensílios até panelas e ferramentas mostram como o caiçara , nativo do litoral norte de São Paulo , vive ou vivia . Acesse o site Áreas Ùmidas da USP e veja o que os antropólogos fazem para salvar culturas litorâneas.

Praia de Prumirim - Ubatuba

Turismo Ambiental - Carla

Quem é o cliente alvo ?

Recursos Pontos fracos Pontos fortes Descrição
Competitividade
Cooperatividade
Preço
Crédito
Qualidade percebida produto e serviço
Prazo de entrega e fornecedor
Atendimento cliente
Imagem do produto
Relacionamento clientes
Competências distintivas
Estrutura interna cadeia de valor
Estratégias dos nossos negócios
Pesquisa mercado qual o perfil

Recursos físicos
Tecnologia e Comunicação
Recursos financeiros
Reserva de investimento
Atendimento ao cliente
Mentoria

Objetivos prioridades Estratégiasquanto cliente O que obter
Quando prazo
Quem O que fazer
Quanto produto serviço
Quanto recursos organizacionais , humanos e financeiros
Quanto aos processos

Este texto foi extraído de outro autor mas conheça o que ele pensa

. Concepção Político-pedagógica
O desafio de construir uma sociedade brasileira educada e educando ambientalmente para a sustentabilidade envolve a promoção de mudanças percolem o cotidiano de todos os indivíduos e instituições. Nesse sentido, a concepção pedagógica da educação ambiental objetiva a articulação das ações educativas voltadas às atividades de proteção, recuperação e melhoria socioambiental, potencializando o papel da educação para as necessárias e inadiáveis mudanças culturais e sociais de transição societária em direção à sustentabilidade.
Este programa consiste na potencialização de processos de formação de educadoras e educadores ambientais, por intermédio do estabelecimento de articulações entre instituições que atuam com atividades socioambientais de caráter pedagógico. Consiste também na harmonização de interesses entre as instituições ofertantes e demandantes de processos formativos em educação ambiental que contribuam na criação de sociedades sustentáveis.
Um processo de educação ambiental visa formar educadoras(es) ambientais e não simples e pré-escritas pessoas ambientalmente educadas. O objetivo não é adequar o comportamento das(os) educandas(os) a um padrão pré-existente, definido externamente como sendo ambiental ou politicamente correto. O conteúdo das mudanças de procedimento, atitude, comportamento, opção política, escolhas enquanto consumidor, enquanto produtor, as modificações tecnológicas, deve ser definido com ou a partir das(os) educandas(os), imersos em seu contexto cultural, político, ambiental. A relação educador(a)-educanda(o) é um encontro de saberes, um diálogo democrático sobre a realidade vivida, não há saberes mais importantes, não há hierarquia de conhecimentos. Esta concepção libertária de educação emana de Paulo Freire, da Educação Popular, das práticas educacionais dos movimentos sociais e de outros educadores e teóricos sociais e do ambientalismo, seu fundamento político é a democracia radical que reconhece que cada ser humano detém o direito à participação, à definição de seu futuro e à construção da sua realidade. O desafio para esta educação passa pela emancipação de dominados e dominadores, explorados e exploradores.
São esses os complexos diálogos que a educação ambiental brasileira promove e se envolve, tecendo laços entre as relações entre humanos e natureza e nas relações sociais, para a criação de processos autônomos que visem a construção de uma conscientiz(ação) individual e coletiva em favor da sustentabilidade das sociedades, onde desenvolvimento é uma decorrência. Os princípios que balizam as atividades de educação ambiental visando a criação de sociedades sustentáveis ensejam a sensibilização afetiva e a compreensão cognitiva da complexidade ambiental, estimulando um saber ambiental e fortalecendo a potência de ação nos diversificados atores e grupos sociais que trabalham na perspectiva da criação de um futuro sustentável.
Os conceitos e princípios que nos são mais preciosos e que fundam esta perspectiva de Educação Ambiental são: Autonomia, Complexidade, Democracia, Identidade, Inclusão Social, Justiça Ambiental, Participação, Pertencimento, Diversidade, Sustentabilidade, Emancipação, Potência de Ação/ Empoderamento.
E que implicam em alguns princípios metodológicos para a formação de educadores(as) ambientais:Pedagogia da Práxis, Intervenção educacional, Pesquisa-Ação-Participante, Inter e transdisciplinaridade, Intervenção Educacional, Hermenêutica, Vanguarda que se autoanula, Comunidade de Aprendizagem, Laboratório Conceitual, Comunidade Interpretativa, Laboratório Social, Cardápio de Conteúdos.
De modo inequívoco o processo se destina a todos os brasileiros e brasileiras; a maior parte destes será buscada pelas mídias de largo alcance com o ousado intento de promover uma ampla requalificação do senso comum sobre Educação Ambiental, vista numa perspectiva explicativa das Ciências Naturais, ou como uma perspectiva punitiva e prescritiva e aproximá-la do cotidiano das pessoas, dos coletivos, da necessidade de transformar as relações sociais e os mecanismos degradadores de ocupação do socioambiente.
Em determinados recortes geográficos ou setoriais a DEA/MMA se propõe a subsidiar processos mais artesanais e contextualizados de formação de Educadores(as) Ambientais. Neste caso encontraremos aproximações mais ou menos territorializadas. Num extremo encontramos espaços com marcante identidade territorial, cultural, ambiental e em outro extremo encontramos contextos que raramente percebem seu espaço e se percebem nele. Em exemplos como municípios ou Biomas, quando encontramos um claro recorte espacial e uma baixa identidade cultural/ambiental/territorial é objetivo da Educação Ambiental promover esta identidade, este pertencimento, este processo de apropriação do próprio espaço/território social e ambiental.

3.1. Qual é a compreensão de educador ambiental?
As(os) Educadoras(es) Ambientais desempenham um papel de liderança na medida em que, inconformados com a realidade tal qual se apresenta e por acreditarem e visualizarem alternativas, deflagram processos, com uma preocupação pedagógica nos encontros humanos e dos humanos com a natureza, “com” outros e não “para” outros, que os demais talvez não percebam ou, simplesmente, não acreditem que possam ser implementados de modo a efetivamente contribuir para transformar as condições estabelecidas. Este papel de liderança nesse protagonismo deve ser entendido como momentâneo, passageiro. A concepção de vanguarda que se auto-anula, sugerida por Boaventura de Sousa Santos, não significa que este(a) educador(a) ambiental desaparece do cenário mas tão somente que deseja e busca a perda da própria centralidade, inegável no início do processo mas que deve propiciar a emergência de novas lideranças. O futuro desejado é um contexto no qual os diversos processos transformadores da realidade socioambiental encontram diferentes lideranças, a cada momento.
3.2. DETALHAMENTO DOS FUNDAMENTOS DA FORMAÇÃO DE EDUCADORAS(ES) AMBIENTAIS DA DEA/MMA
A enunciação destes fundamentos, de forma didática, tem por objetivo facilitar o diálogo da proposta fundadora da política de formação de educadoras(es) ambientais da DEA/MMA com propostas em andamento ou que aportam ao programa da DEA/MMA. Como muito bem interpretou Isabel Carvalho, a formação das(os) educadoras(es) ambientais brasileiras(os) percorreu inúmeras e diversas trajetórias, teve por porta de entrada diferentes origens profissionais, de militância política, estudantil, ambientalista. Após as quatro primeiras décadas (60, 70, 80, 90) de consistente e ampla formação de educadoras(es) ambientais começa, a partir, principalmente do final da década de 90, propostas que tentam resumir as trajetórias da formação e as práticas da educação ambiental em currículos formais, dentro das Universidades ou em ONGs e outras instituições que criaram cursos programados de formação. Estas experiências podem e devem dialogar com a proposta ora apresentada, para tanto devem observar os fundamentos acima como orientação para uma inserção autônoma e personificada no conjunto de princípios norteadores (suleadores...) da DEA/MMA. Aspectos como seleção de participantes, rol de disciplinas, modalidades educacionais, eixos pedagógicos, metodologias poderão encontrar, neste breve conjunto de idéias, uma base para este diálogo.
3.2.1. Educação de educadoras(es):
Um processo de educação ambiental visa formar educadoras(es) ambientais e não simples e pré-escritas pessoas ambientalmente educadas. O objetivo não é adequar o comportamento das(os) educandas(os) a um padrão pré-existente, definido externamente como sendo ambiental ou politicamente correto. O conteúdo das mudanças de procedimento, atitude, comportamento, opção política, escolhas enquanto consumidor, enquanto produtor, as modificações tecnológicas, deve ser definido com ou a partir das(os) educandas(os), imersos em seu contexto cultural, político, ambiental. A relação educador(a)-educanda(o) é um encontro de saberes, um diálogo democrático sobre a realidade vivida, não há saberes mais importantes, não há hierarquia de conhecimentos. Esta concepção libertária de educação emana de Paulo Freire, da Educação Popular, das práticas educacionais dos Movimentos Sociais e de outros educadores e teóricos sociais e do ambientalismo, seu fundamento político é a Democracia Radical que reconhece que cada ser humano detém o direito à participação, à definição do futuro e à construção da sua realidade e o desafio para esta educação passa pela emancipação de dominados e dominadores, explorados e exploradores.
3.2.2. Liderança democrática ou Vanguarda que se auto-anula:
As(os) Educadoras(es) Ambientais desempenham um papel de liderança na medida em que intecionalmente deflagram processos reflexivos, na medida em que estão inconformadas(os) com a realidade tal qual se apresenta, na medida em que estão vendo aspectos e alternativas que os demais talvez não estejam percebendo ou talvez simplesmente não acreditem que possam fazer frente ao que está estabelecido. Este papel de liderança deve ser entendido dentro do marco da democracia radical, dentro da perspectiva de que todas(os) têm direito e devem participar da definição do futuro. A concepção de vanguarda que se auto-anula, sugerida por Boaventura de Sousa Santos, não significa que esta(e) educador(a) ambiental desaparece do cenário mas tão somente que deseja e busca a perda da própria centralidade, inegável no início do processo mas que deve propiciar a emergência de novas lideranças. O futuro desejado é um contexto no qual os diversos processos transformadores da realidade socioambiental encontram diferentes lideranças, a cada momento.
3.2.3. Intervenção educacional crítica e emancipatória:
Atendendo aos dois fundamentos anteriores o processo de formação de educadoras (es) ambientais não consiste no acúmulo de conhecimentos, o eixo da aprendizagem não é uma “grade curricular” repleta de saberes mas principalmente um processo de potencialização dos indivíduos e grupos para realização de intervenções socioambientais reflexivas, educacionais, críticas e emancipatórias. Deve desenvolver um diálogo interpretativo a partir das distintas leituras da realidade vivenciada, da enunciação do futuro desejado e da formulação das distintas propostas, projetos, ações, estudos para enfrentar problemáticas (dentro do marco da complexidade) e para buscar o futuro desejado.
3.2.4. Formação de coletivos de Pesquisa-Ação-Participante (ou Pessoas que Aprendem Participando):
As(os) educadoras(es) ambientais devem encontrar no coletivo seu espaço de ação, de vida política ( vita activa em Arendt), de reflexão. A formação de coletivos é um fundamento da proposta por entendermos que toda(o) educador(a) ambiental, vive intensamente a condição humana (segundo Arendt) de “inter homines esse”, ou seja, de estar entre humanos. Um(a) educador(a) entre educadoras(es). O foco nos coletivos locais deve-se ao seu reconhecimento como sujeitos protagonistas do contexto e de seu conhecimento profundo da realidade, dos valores que a permeiam e das práticas sociais correntes. Estes coletivos se qualificam por várias caracterísiticas interdependentes, são um grupo de encontro (tem prazer em estar junto), um grupo de reflexão e um grupo de ação. Teoricamente encontramos qualificação na pesquisa-ação (Kurt Lewin, Thiollent, Barbier), na pesquisa participante (Brandão), na idéia de Laboratório Social (Lewin), na Comunidade Interpretativa (Boaventura e Habermas). Em resumo são grupos que se tornam coletivos identitários, pesquisadores, críticos e ativos no seu contexto social. A qualidade do diálogo dentro deste coletivo tem por referencial a situação linguística ideal de Habermas, na qual os preconceitos se desinstrumentalizam, na qual impera o desejo da emancipação individual e coletiva, na qual todos se expressam buscando superar os impedimentos objetivos e subjetivos à comunicação livre. A estes coletivos temos denominado grupos PAP (Pesquisa-Ação Participante). Os PAP1 e 2 são formados por representantes de instituições que se colocam o desafio de atuarem na formação de pessoas educadoras que se constituam como PAP3 e se coloquem a missão de formar grupos de pessoas educadoras aglutinadas nos grupos PAP4 e assim por diante.
3.2.5. Articulação de coletivos de Pesquisa-ação:
Os coletivos PAP encontram limites para sua ação, para o acesso a informações, para a intervenção em políticas públicas. Estes limites só são superáveis pela articulação destes coletivos na perspectiva de rede, ou seja, PAP2,3,4 se conectam de múltiplas formas. Prevemos um espaço/momento chamado Observatório da Formação de educadoras(es) Ambientais no qual estes diversos coletivos articulam conhecimentos, experiências, metodologias para se avaliarem, para sistematizarem informações, para formularem propostas políticas, para incrementarem o rol de possibilidades de troca entre os coletivos. Esta articulação que entendemos como Observatório em Rede (de coletivos) ou como Rede de Observatórios se torna a interlocutora das políticas públicas nos diferentes níveis de poder.
3.2.6. Auto-gestão e continuidade do processo educativo:
O cardápio de opções formativas é a base para a continuidade e a auto-gestão do processo educativo. O cardápio é uma lista que pode ser acessada pelos coletivos, ou mesmo individualmente, pelas(os) educadoras(es) ambientais. O exercício com a gestão do próprio processo formativo através do cardápio deve se iniciar a partir da formação dos PAP. Cada curso, cada processo formativo deve ter um currículo centrado na Práxis, os conteúdos devem ser acessados, optados conforme a práxis do coletivo exige. O rol de disciplinas de uma instituição de ensino deve fazer parte do cardápio de conteúdos, o coletivo educando pode, entretanto, optar por nenhuma delas caso perceba mais pertinente outras formas de apoio à sua ação-reflexão. O processo de atuação do PAP deve permitir a elaboração de um plano de educação continuada.
3.2.7. Multiplicidade de espaços e vias educadoras:
O senso comum nos faz pensar no encontro presencial de sala de aula como o único momento da educação. Na perspectiva desta proposta a educação faz parte da vida e como tal deve estar planejada para diferentes espaços e vias. É desejável que a educação seja tanto presencial quanto à distância e difusa. O cardápio deve ser disponibilizado por diferentes vias, como oficinas, cursos presenciais, textos, programas radiofônicos, de TV... É, ou pode ser, educadora não só a sala de aula mas também um viveiro, uma trilha interpretativa ecológica rural ou urbana, uma mostra fotográfica, uma faixa de pedestres, um Centro de Educação Ambiental. Esta multiplicidade é condição para a continuidade e auto-gestão do processo formativo que não seria possível se só contemplássemos a educação no encontro presencial, em sala de aula, entre educador(a) e educanda(o).
3.2.8. Diálogo com experiências sociais disponíveis de enfrentamento da problemática socioambiental:
A Educação Ambiental tem por principal riqueza ser um campo aberto, em permanente construção, assim sendo a educação ambiental sempre se alimentou, a partir do debate ambientalista, de diversos campos do conhecimento, da sociologia à ecologia, da psicologia à economia, da pedagogia à ciência política, à antropologia. Esta certa antropofagia da educação ambiental tem fortalecido suas práticas, suas reflexões. No entender da Proposta Política em questão a Educação Ambiental deve efetivamente incorporar este diálogo no âmbito das práticas sociais. Boaventura de Sousa Santos acusa a modernidade de ter restringido o presente (só podemos nos adequar se formos ou fizermos um rol muito restrito de opções de ser, fazer, consumir, produzir) e alargado o futuro (como se a grandiosidade deste prescindisse de uma enunciação particular). À Educação Ambiental cumpre fazer aquilo que Boaventura denomina de “Sociologia das Ausências” e que pode ser entendido como o reconhecimento, o entendimento e a valorização de todo o conjunto de experiências sociais disponíveis. Tudo aquilo que estiver sendo feito, a agroecologia, os grupos ambientalistas, os grupos de jovens, de mulheres, as receitas alternativas, as plantas medicinais, os grupos de auto-construção, os mutirões; aquilo que parecia anacrônico, arcaico, como cozinhar com lenha, plantar feijão e milho casado, o Cosme e Damião. Tantas experiências que devem ser alimento para as práticas da educação ambiental, tantos sujeitos que devem ser entendidos como sujeitos da educação ambiental. A educação ambiental em qualquer contexto não pode negar sua essência dialógica e desvelar práticas prescritivas, a(o) educador(a) ambiental deve ser um(a) facilitador (a) mediador(a) do alargamento do presente através da sociologia das ausências que ao invés de sugerir a forma certa de ser e estar no mundo lerá na realidade o conjunto de opções que permite a construção do futuro desejado. Exige mapeamento das mesmas e conseguinte dignóstico participativo.O mapeamento é uma etapa que busca uma leitura mais descritiva dos processos e menos valorativa, o diagnóstico, numa segunda etapa consiste no julgamento ético (certo ou errado), político (bom ou ruim) e estético (bonito ou feio) para cada pessoa e grupo social. Este diagnóstico deve estar acompanhado de um processo de reflexão e interpretação do que se define como problema e do que se define como desejável.
3.2.9. Arquitetura da Capilaridade:
Todas(os) as(os) brasileiras(os) têm o direito de participar da definição do futuro do país. Cada pedaço deve se configurar de acordo com os desejos e as ações de 100% de seus integrantes. Este fundamento da proposta também é uma decorrência do princípio da participação ampla e irrestrita da democracia radical. A idéia da participação de todas(os) não significa harmonia, ausênica de conflito ou divergência de interesses mas que há por objetivo o equilíbrio dos poderes que conferem hoje, a uma minoria o direito de configurar todo um estado, bioma, município ou país. A arquitetura da capilaridade é pensada em cada contexto, tem por objetivo ter educadoras(es) ambientais atuando em toda a sua diversidade, cada cidadã ou cidadão pdoerá estar em contato com um(a) educador(a) ambiental, qualquer cidadã ou cidadão pode participar de um coletivo de reflexão sobre a sua realidade, seja no âmbito do trabalho, do bairro, da comunidade. Para que isso ocorra a arquitetura da capilaridade se inicia no PAP2, que contém as pessoas das instituições formadoras, o interlocutor a priori do PAP2 é o PAP3, grupos de educandas(os) compostos por pessoas com grande capacidade de comunicação e de capilaridade, são lideranças comunitárias, técnicos de ONGs, Agentes de Saúde, Sindicalistas, Agentes de Pastorais. As(os) educadoras(es) dos grupos PAP3 mediarão e animarão os processos formativos dos grupos PAP4, compostos por pessoas que deverão congregar tal diversidade que permita o envolvimento de toda a população do contexto através das intervenções das(os) educadoras(es) dos grupos PAP4. O planejamento da arquitetura começa com a selação dos indivíduos que comporão os grupos PAP3, é um momento chave e deve buscar a diversidade possível. O mapeamento das experiências sociais disponíveis permite que se perceba a existência de grupos de ação reflexão no contexto, que já vêm enfrentando a problemática, estes grupos já são possíveis PAP4, suas lideranças e técnicos das entidades que os vêm apoiando são possíveis componentes de grupos PAP3. A composição PAP2,3,4 é decorrência da leitura do mapeamento. Exige um processo seletivo cuidadoso dos PAP3, principalmente. A composição do PAP2 começa com a articulação com as instituições regionais mais conhecidas e se aprofunda no próprio processo de mapeamento que estas instituições co-realizam como parte de seu processo pedagógico. Em etapas posteriores entende-se que Educadores Ambientais Populares do PAP4 passam a atuar como Formadores de Educadores Ambientais Populares (PAP3), que Formadores de Educadores Ambientais ( PAP3) passam a atuar como Educadores Ambientais formadores de formadores junto às instituições que participam do PAP2.
A formulação da arquitetura da capilaridade requer um mapeamento da realidade que entenda os sujeitos coletivos e individuais atuantes, a distribuição espacial dos mesmos no território e na população em função da sua segmentação (urbano-rural, étnica, socioeconômica, etária, de gênero, etc...). Cabe destacar que o planejamento da arquitetura da capilaridade é condição para a definição da estratégia de seleção de educandos para cada processo.
3.2.10. Democratização e acessibilidade a informações e aos foros de participação:
As informações, os cardápios de conteúdos, os foros de participação criados não devem ser privatizados, são espaços e conhecimentos públicos. Deve haver, por parte das(os) educadoras(es) ambientais, dos coletivos, a busca por socializar práticas, debates e conhecimentos. Esta busca se efetiva na elaboração de peças de comunicação de massa, no planejamento de processos educacionais que abarquem todo o contexto, na disponibilização dos dados e informações em bases de dados públicas como o SIBEA. A democratização exigirá dos educandos e educadores processos de tradução (saber popular para saber técnico e vice-versa) e de transposição da mídia (de vídeo para texto, de áudio comum para MP3, de artigo científico para cartilha, de oficina presencial para vídeo, etc...). A disponibilização de informações em diferentes meios, diferentes mídias visa a sua acessibilidade amplamente democrática, desde o educando que atua dentro da Universidade ao ribeirinho que acessa menos meios eletrônicos.