sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Educação Ambiental em Praia do Forte Bahia


Lagoa de Jauara Praia do Forte Bahia


Dunas da Lagoa da Jauara - Praia do Forte Bahia


Guidelines - Ecoturismo

- BENEFÍCIOS À COMUNIDADE LOCAL/Propostas mitigadoras

-PROGRAMA DE TREINAMENTO

Dar aos gerentes, “staff” e empregados contratados acesso para programas que elevaram a qualidade e a abilidade para comunicar-ser com clientes e criar uma ação sensível em relação a natureza e a cultura local.

Objetivos:
Frequência de oportunidades para o “staff” trabalhar com economia sustentável
Proporcionar ao “staff” a oportunidade de promovê-los na perícia ou habilidade em ecoturismo no campo.
Excelente comunicação entre clientes e “staff”.

Técnicas:
Estabelecer diretrizes para o “staff” com respeito a oportunidades e campanhas de treinamento, via treinamento interno (história natural e cultural do local), e via treinamento externo (curso de línguas, primeiro socorros, ecologia, etc).

Estabelecer claramente diretrizes profissionalizantes para promover mais responsabilidades.
Oferecer incetivando o “staff” a um melhor treinamento, com oportunidades de treinamentos nas horas de serviço ou criando um programa de treinamento permanente.

Dar oportunidade de melhorar seus conhecimentos oferecendo, seções de educação em grupo, biblioteca com livros e videos, plublicações internacionais e nacionais.

Oferecer com frequência (anual ou semestral) seminários de treinamento, interpretações da história natural e cultural do local, intercâmbio de trabalhos de campo, e reuniões com autoridades locais e comunidade.

Trabalhar com outras entidades de turismo ecológico para estabelecer a necesidade de um programa de treinamento:
-Estabelecer um consórcio com operadores para treinamento.
-Estabelecer um relacionamento com as facilidades de educação local e trabalho na necessidade de integração nos componentes de treinamento dentro do curriculum.
-Trabalhar com organizações não governamentais locais para estabelecer um programa de treinamento para o ecoturismo.

Benefícios:
A oportunidade para contribuir com a economia sustentável local, que oferece a pessoas nativas a oportunidade para ser um empregado responsável na área de atuação
Oportunidade de integração e um bom relacionamento entre “staff” e clientes.

-EMPREGO LOCAL E PROGRAMAS DE TRABALHO

Promover a competição, no emprego local em todos os aspectos de operação de negócio.

Objetivos:
Proporcionar benefícios econômicos para a comunidade local.
Proporcionar às pessoas nativas acesso a trabalhos que não destruam o meio ambiente;

Técnicas:
Utilizar e contratar, no possível, serviços locais incluindo transporte(aluguel de carros e botes), acomodações (hotel, Ecolodges, camping), e restaurantes.
Contratar pessoas nativas para trabalho de campo e escritório.
Contratar guias locais para aplicar programas de treinamento.
Criar uma taxa ecológica para os turistas para a proteção do meio ambiente, e desenvolvimento de projetos comunitários.
Contribuição para empreendimentos comunitários e desenvolvimento de residências locais, com especial sensibilidade para comunidades tradicionais.

Benefícios:
Oportunidade de contribuir para uma economia sustentável, promovendo oportunidades de trabalhos que não destroem o meio ambiente.
Serão conscientes do impacto que causa a presença de visitantes na vida e bem estar das comunidades locais.

13- SISTEMA DE MANEJO E MONITORIA DOS VISITANTES

PROGRAMA PRÉ-PARTIDA

- INFORMAÇÕES E EDUCAÇÃO PARA OS VISITANTES

Preparar os turistas para minimizar impactos negativos ao visitar ecossistemas sensíveis e culturas tradicionais da região, antes da partida.

Objetivo-
Oferecer ao turista um material que possa aprender sobre o meio ambiente e as populações tradicionais do local visitado, esclarecer a importância da taxa ecológica para a conservação do local. Mostrar ao visitante todas as mudanças naturais e culturais observadas. Educar os visitantes para considerarem os efeitos da visita deles no local para minimizar impactos.

Técnicas:
Elaborar material didático sobre os ecossistemas e as culturas tradicionais para serem distribuídos antes da compra do pacote turístico. Tendo informações objetivas e bem fundamentadas usando exemplos do que a visita pode proporcionar ao meio ambiente e as culturas tradicionais.
Esclarecer o equipamento necessário, vestimento apropriado para a visita.

Benefícios para o turista:
O turista terá a oportunidade de conhecer mais fundo sobre a fauna e a flora e aprender sobre diferentes culturas.
Percepção pessoal da responsabilidade de minimizar impactos culturais e ambientais.
O visitante terá a informação do equipamento e roupas necessárias para a visita.

PROGRAMA DE INSTRUÇÃO

- PRINCÍPIOS GERAIS DE GUIAS-TURÍSTICOS

Preparar o turista para cada encontro com as culturas locais e com animais e plantas nativas.

Objetivo:
Facilitar o caminho de uma sensibilidade recíproca entre os nativos e turistas para que aprendam a não prejudicar a visita, enquanto estiverem visitando os ecossistemas e as culturas tradicionais.

Promover ao visitante a oportunidade de aprender mais sobre as circunstâncias sociais e políticas do local e sobre os problemas ambientais e esforços de sua conservação.

Técnicas:
Promover uma orientação de qualidade e leituras apropriada de gerenciamento de grupos de acordo com o ambiente visitado.

Dar uma interpretação de qualidade todo o tempo; explanações sobre as culturas tradicionais e descrição da história natural. Explanações antes de cada parada, incluindo evitar comportamentos estranhos perante animais silvestres, alertar da fragilidade e extinção de espécies, especificar distâncias para observar a vida silvestre, e regulamentos locais.

Benefícios para os turistas:
Capacidade de ver e entender as culturas tradicionais a história natural os valores locais e a necessidade de conservação, com mínimo de impacto.

Os visitantes tem uma contribuição em potencial da conservação do local e do desenvolvimento de uma economia auto-sustentável.

- PREVENÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Minimizar impactos ambientais de visitantes oferecendo literaturas, reuniões, mostrando exemplos, e esclarecimento de ações corretas.

Objetivos:
Ajudar o turista para minimizar seus impactos negativos, fazendo com que entendam da fragilidade do ambiente.
Prevenção de acidentes e ações objetivas para os turistas que causam danos ao meio ambiente.

Técnicas:
-Reunir os turistas e esclarecer sobre todos os regulamentos locais.
-Providenciar um folheto de normas ecológicas, para cada local visitado.
-Criação de trilhas específicas para cada grupo diferenciado.
-Treinamento permanente de guias especializados.
-Reunir e desencorajar expectativas de observação da fauna e flora silvestre raras, com a interpretação de todos aspectos do ecossistema.
-Advertir a proibição de solvenirs vindos da natureza, como plantas, conchas, etc.
-Promover treinamento de pessoas da região para habilitação da mão de obra necessária.

Benefícios para os turistas:
Aprender a viajar para ambientes naturais sem deixar vestígios de sua presença.
Grande noção dos conceitos adotados, regras e regulamentos de áreas naturais para não causar impactos ao meio ambiente.

- PREVENÇÃO DE IMPACTOS CULTURAIS

Minimizar impactos sociais oferecendo literaturas, reuniões, visualização de exemplos e esclarecimento de ações corretas.

Objetivos:

Proteger a integridade das culturas tradicionais visitadas, minimizando contatos prolongados nas visitas, contribuindo para a não aculturação e o declínio dos valores locais.
Acentuar ao máximo para o visitante sobre a cultura local, mas sem promover intrusão da vida privada do locais.

Técnicas:
Interpretação dos valores locais e da história da comunidade local.
Promover reunião com os visitantes para esclarecer, normas e regulamentos, advertir sobre as diferenças de costumes.
Oferecer momentos para a fotografia, sem excesso.
Informar sobre a melhor procedimento para a aquisição de mercadorias, propinas, e respostas aos mendigos.

Benefícios para os turista:
Um melhor entendimento dos valores locais e culturais e como se comportar com pessoas locais para minimizar impactos culturais.
A habilidade de ver, ouvir, e aprender de outras culturas, sem intromissão.

PROGRAMA DE MONITORAMENTO

- PREVENÇÃO DE ACÚMULO DE IMPACTO TURÍSTICO

Uso de uma licença adequada, e manter pequenos grupos suficientes para minimizar impactos nos locais visitados. Evitar áreas saturadas e subadministradas.

Objetivo:
Diminuir o acúmulo de efeitos do turismo nos lugares sensíveis.
Evitar super lotação de visitantes, gerenciando a capacidade de carga.
Contribuição para fortalecer a distribuição turística, e esclarecer a capacidade de carga, durante a alta estação.
Reconhecer locais, em avanço, que são inapropriados para turismo, ou a necessidade de assistência, sem perdas ou danos.

Técnicas:
Ser sensível para o número de grupos visitando lugares simultaneamente. Censos informando o número de grupos encontrados nas trilhas ou ruas em áreas protegidas e conseguindo trilhas de maior popularidade. Notificando as autoridades competentes na área de gerenciamento do local do número crescente de turistas.

Monitoria de impactos ambientais negativos, incluindo caminhos erodidos, lixo jogado fora em local impróprio, entulhos, poluição das águas, animais sendo incomodados, coleta ilegal de animais ou plantas, alimentação de animais que são considerados agressivos e não autorizados para tal ato. Notificar as autoridades que trabalham na área por escrito.

Desenho de itinerários e promoção para evitar super lotação dos locais, particularmente aqueles que são inapropriados a visita em alta estação.

Assistindo acúmulos de impactos culturais, é necessário trabalhar para prevení-los. Incluindo indicadores de crescimento econômico das comunidades, hostilidade entre turistas e pessoas locais, mercado negro, drogas, e prostituição acarretadas pela indústria do turismo.

Benefícios para os turistas:
Evitar contribuição para a destruição dos locais visitados.
Aprender a reconhecer os impactos negativos do turismo e a importância de notificar as autoridades, quando isto ocorre.
Aprender a evitar super lotação de turistas nos locais visitados, fazendo viagens em estações de baixa temporada ou evitando a visitação em horas de pico.
Aprender a reconhecer impactos culturais e evitá-los contribuindo para o não declive dos valores locais.

PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO

- PREVENÇÃO DE IMPACTOS DE OPERADORAS DE TURISMO ECOLÓGICO

Garantir gerentes, "staff" e contratar empregados que saibam e participem em todos aspectos do trabalho da policia ambiental para previnir impactos ao meio ambiente e às culturas tradicionais.

Objetivo:
Fazer operadoras de ecoturismo, ambientalmente e culturalmente sensíveis, o possível, tanto no escritório como no trabalho de campo.
Garantir que as operadoras representadas tenham um conhecimento e um entusiasmo para se guiar com os clientes.

Técnicas:
Estabelecimento de um código ambiental e objetivos em comum para operadoras.

Providenciar guias o bastante para gerenciar grupos, realizar treinamentos com todo "staff" para minimizar impactos, dando noções de impacto de automotores (carro, bote), regulamentos locais, zonas ecologicamente sensíveis e promover coleta do lixo pessoal.

Todo o "staff" participa do treinamento (cozinha, motoristas, recepcionistas, etc), tendo que aprender sobre a importância da conservação e incorajar para que participem de organizações não governamentais que praticam a conservação do local.

Benefícios para o turista:
Exclusividade pessoais de operadoras que operam um turismo de qualidade.

- PROGRAMA DE CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSERVAÇÃO

Ser um contribuinte para a conservação do meio ambiente e das culturas tradicionais da região.

Objetivos:
Aplicar um turismo responsável e rentável, nas mãos de entidades ambientalistas locais e protegendo áreas com gerenciamento ambiental da iniciativa privada.
Assegurar que o rendimento do turismo, cubra os custos para o gerenciamento do turismo nas Áreas de Proteção Ambiental.
Ajudar parques e áreas preservadas por entidades governamentais e não governamentais.

Técnicas:
Providenciar contribuições para intituições conservacionistas sem fins lucrativos em áreas protegidas.
Aplicar uma taxa ecológica que virá de cada visitante, para manutenção de toda a estrutura como: programas de educação ambiental, fiscalização, treinamento de pessoal locais, trilhas interpretativas, valorização das culturas tradicionais, etc.

O visitante poderá contribuir para a conservação do local, serão providenciadas literaturas de projetos da região, descrição de projetos que necessitam de assistência, programas de trabalhos voluntários, ou oportunidade de trabalhar em casa para arrecadação de fundos para projetos locais.

Escrever para as entidades governamentais e não governamentais, policia ambiental, outras pessoas em geral para manter contato.

Facilitar a contribuição dos visitantes aos planejamentos locais de conservação, depois das viajens, dando-lhe literaturas de entidades sem fins lucrativos que atuam na área, projetos que necessitem de assistência, oportunidade de trabalhos voluntários.

Estimular o envio de cartas ao Governo e às empresas privadas cujas políticas, de alguma maneira, estejam prejudicando o meio ambiente e as culturas locais das área visitadas.

Benefícios para os turistas:
Um melhor entendimento de como o turismo pode contribuir para a conservação de culturas e áreas selvagens visitadas.
Uma chance de ser parte do esforço para a conservação de um local querido, de ajudar culturas tradicionais e a preservação da diversidade biológica.

14- PARTICIPAÇÃO E PROMOÇÃO DA COMUNIDADE LOCAL

A necessidade de se trabalhar em conjunto e parceria tem renovado os estilos de desenvolvimento ortodoxo para uma forma mais ativa ,ou seja estimulando o cumprimento de papel de cidadão e descentralizando poderes baseado na potencialização dos recursos ambientais de cada microregião.
A legitimidade da intervenção social no que se refere a participação no desenvolvimento sustentável é o direito de autonomia política e a autoexpressão.

Que alternativas , representando o setor privado , podemos propor?

A CRIAÇÃO DE UM CENTRO EDUCATIVO SÓCIO-AMBIENTAL AUTO-SUSTENTÁVEL

Criaria-se uma Fábrica Comunitária de derivados do côco, piaçava, artesanatos, em fim produtos da cultura local, com a participação de mulheres, crianças e homens . Do fruto do côco extraem-se mais de 100 produtos desde a fibra, folhas e troncos para construção, artesanatos até o óleo , vinagre e vinhos do fruto e das inflorescências. Das cascas podem ser aplicadas para lenha nos engenhos de mandioca ainda existentes, e é uma importante fonte de carvão vegetal.
Do fruto, do endocarpo, se criaria um espaço de produção de comidas e doces típicos que poderiam ser terceirizados ao setor turístico, inclusive estimulando cursos de culinária bahiana para o público visitante. Seria desenvolvido por mulheres da comunidade que herdam de seus antepassados a cultura do quindim , da queijadinha, e da típica cocada.

Tanto os famosos coqueiros, a jaca, manga, banana, foram introduzidos pela colonização e a mandioca que é do origunária do Brasil seria utilizada como um reforço alimentar, utilizando sua folhas secas, para recuperar a desnutrição das crianças, criando uma campanha de alimentação alternativa e mais saudável. O gado e área de pastagem também foi uma atividade importada e que hoje nos desperta para aproveitarmos esta vocação regional que iniciou há 400anos. Neste aspecto cabe esclarecer que a criação intensiva, confinado; diminuem os desastres ambientais e estimula as produções leiteiras , laticinios e de corte sem prejudicar o meio ambiente, evitando desmatamentos e obtendo mais uma fatia no mercado sustentável através de uma cooperativa produtora de leite, manteiga e queijos.

Além disso poderemos com uma administração de cunho preservacionista popular-ambiental se enquadrar nos sitemas de desempenho ambiental , conquistando e educando adeptos ativos na e para a sociedade.

Outra área a ser desenvolvida pelo Centro educativo é promover oficinas de Papel Reciclado, Compostagem, Marcenaria, Artes (produção de camisetas, adesivos, cartões postais), Reciclagem (artigos confeccionados com resíduos inorgânicos), e atividades que desenvolvam a capacidade motora, afetiva e intelectual dos jovens da região.
As oficinas de artesanatos locais, poderiam ser criados a partir de materiais regionais como a palmeira do licuri, o próprio coqueiro, a piaçava, a taboa( vegetal superior aquático), cipós, talos da palmeira de dênde, redes de pesca.
Poderão ser desenvolvidos artigos não só elaborados do côco, mas manufaturadamente , a produção de azeite de dênde (palmeira de origem africana)e da própria mandioca , que é tradicional técnica agrícola da região.

Para integração do projeto que já se desenvolve em Praia do Forte sobre recuperação de áreas degradadas, criaria-se um “espaço verde” , ou seja uma oficina de jardinagem , que desenvolveriam-se cursos de jardinagem, horta comunitária, horto, coleta de sementes, viveiro de mudas para atender o programa de reflorestamento e turismo. Estimular a participação da comunidade em dar o exemplo de manejo ambiental aos visitantes, com concursos de melhores e mais floridos jardins, gincanas de plantio de árvores, etc...

CENTRO DE TREINAMENTO E DIVULGAÇÃO CULTURAL

Esta estrutura seria fundamental porque concentraria o cronograma de execução destes projetos, pesquisa científica de dados bióticos, abióticos e antrópicos da região; uma sala de treinamento profissionalizante em hotelária para desenvolvimento turístico regional, funcionários, voluntários, professores, estudantes, universitários e turistas; sala de exposição de materiais fotográficos, ilustrativos da região, herbário, energias alternativas; sala de vendas de souvenirs e restaurante com comida natural e local.

15- FORMAÇÃO DE UMA EQUIPE DE PROFISSIONAIS PARA O DESENVOLVIMENTO

União de profissionais da área de Meio Ambiente, Arquitetura, Turismo, representantes da comunidade local e Governo.






Fig. 09 Mapa das Edificações do Projeto Ecolodge

Projeto Ecolodge - Praia do Forte

1- INTRODUÇÃO

Os princípios de desenvolvimento sustentável envolvem o processo de integração dos critérios ambientais na prática econômica. Aplicar estes príncipios significa viver dentro da capacidade dos ecossistemas existentes de nossa região.

Em 1992 o Governo do Estado da Bahia , decretou este litoral, que percorrem 142Km, Área de Proteção Ambiental- APA através do Decreto no 1046 de 17 de março de 1992. Criando as Zonas de Preservação Rigorosa. Praia do Forte, pertence ao litoral norte está situada a 80 Km de Salvador , na Costa dos Coqueiros, na Zona da Mata , onde predomina coqueiros asiáticos(Cocos nucifera), introduzidos pela colonização portuguesa. Ainda podem ser encontrados remanescentes de Mata Atlântica como a Floresta de Sapiranga, os manguezais do rio Timeantube e do rio Pojuca, as áreas litorâneas de desova de tartarugas marinhas (TAMAR), as dunas e restingas, os recifes de corais e as majestosas ruínas do Castelo Garcia D´Ávila -construção de 1551.

A APA assegura a prática do turismo como forma de promover a valorização e preservação do patrimônio natural e cultural do litoral norte, de uma forma alternativa e sustentável , valorizando as comunidades tradicionais no tocante a suas culturas, músicas, folclores, comidas e forma de vida .
A Bahia é seguramente um dos Estados que tem despertado maior interesse , tanto pelos visitantes, quanto pelo setor privado , cujos investimentos já realizados , comprovam essa afirmativa.

Um dos objetivos do Projeto dos Ecolodges (Ecoalojamentos), é a cooperação e a parceria, estimulando a participação comunitária como fundamento do desenvolvimento auto-sustentável , ou seja , tanto na reflexão, atuação, participação e lucro , a comunidade seria estimulada a dividir esforços junto ao setor privado , para assegurar às gerações futuras uma qualidade de vida , educação ,saúde, preservação ambiental e suas culturas e costumes tradicionais através do desenvolvimento de práticas como a cultura do coco, a pesca ,os artesanatos típicos, as comidas e bebidas típicas e toda a música, danças e folclores da região .

Um Ecolodge seguramente atraíra visitantes para região de Praia do Forte , ecoturistas , pessoas que queiram praticar um turismo ecologicamente correto.

Dentro da proposta , seriam seguidas as linhas mestras que subdividiriam entre três segmentos :
- os Recursos Naturais,
- a Comunidade e
- o Turismo.

Os recursos naturais são os grandes indicadores deste projeto, demonstrando a necessidade de usufruí-los sem destruí-los . Esta é a matéria-prima necessária para nossa qualidade de vida, bem como para investimento de capital e turismo . Um “necessariamente”, necessita interagir com o outro, natureza-homem-desenvolvimento sustentável.

A comunidade local participa como parte na natureza existente , demonstrando sua cultura através de sua arte , religião, costumes, superstições, culinária e folclore. Ela participa com a mão-de-obra e lucro, se beneficiando com desenvolvimento regional, mas podendo se fragilizar com um tipo de crescimento desordenado e acelerado. Capacitá-la aos conhecimentos e problemas ambientais regionais, promovendo atividades educativas voltadas ao turismo.

Já o turismo , como indutor de desenvolvimento regional , só acontece e perpetua se os primeiros forem respeitados e valorizados . A Bahia , atualmente investe nesta indústria graças aos recursos naturais e humanos da região serem ricos e distintos. E uma nova forma de abordar este turismo responsável é o Ecoturismo.

Consolidar a existência do ECOTURISMO como veículo instrutor e promotor de um turismo responsável qualificado, dirigido e integrado com a natureza e com as comunidades tradicionais gerando divisas para a sustentabilidade da bioregião de Praia do Forte.

2-OBJETIVOS DO ECOLODGE NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL REGIONAL

1- Promoção de desenvolvimento de responsabilidade Turística-ecológica-social em Praia do Forte
• Educar residentes locais e turista sobre ecologia da região(florestas, rios, mangues, vida silvestre e oceânica)
• Treinar residentes para servir como guias locais , que interpretariam o ambiente com seus conhecimentos regionais locais.
• Proteger os recursos naturais locais de Praia do Forte de forma auto-sustentada.

2- Promover a dignidade e autenticidade da expressão cultural entre residentes da Vila dos Pescadores e Floresta da Sapiranga
• Promover diversidade étnica e cultural como uma única e atrativa característica regional.
• Promover atividades culturais para os residentes ,bem como , para os turistas e avaliar informação sobre a cultura local(miscigenação original entre as culturas e influências indígenas, africanas, e atualmente entre turistas e residentes atuais)
• Educar turistas a respeitar os valores culturais e estilos de vida tradicionais de Praia do Forte

3- Promover a iniciativa e manejo das facilidades e serviços turísticos
• Encorajar os residentes de Praia do Forte a desenvolver um turismo ecologicamente apropriado, melhoria nas facilidades e serviços turísticos, através de assistência e assessoria profissional ;
• Incrementar a participação ativa das pessoas de Praia do Forte, em decisões concebendo manejo dos recursos e desenvolvimento sustentável da região

ESTRATÉGIA E A TECNOLOGIA APROPRIADA DA ATIVIDADE DO TURISMO AMBIENTAL

1.Harmonia com o ecossistema. Exerce impacto ambiental mínimo e favorece a harmonia com o ecossistema. Não afeta a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras.

2.Autonomia local. É construída com matérias-primas locais e utiliza as mesmas , inclusive energia, favorecendo a autonomia local das regiões envolvidas.

3. Baixo Custo. Necessita-se pouco capital para construí-la e fazê-la produzir, Pode reciclar seus detritos, favorecendo o barateamento.

4.Alto potencial de ocupação. É empregatícia, ocupando um maior valor de mão-de-obra , o que é extremamente importante para as populações de nosso país, que foram deslocadas de seus locais de origem pela centralização de produção em cidades.

5.Capacitação acessível. Não requer níveis complicados de capacitação para ser utilizada. Educação e Treinamento.

6.Garantia de continuidade. É facilmente reparável, ampliável, modificável com os conhecimentos mínimos de manipulação, facilitando a continuidade de produção. Mantendo a Qualidade.

7.Menor burocracia.

8. Acidentes em menor escala. Quando acontece alguma falha , afeta apenas uma parte da população.

9.Gestão democrática. Favorece a gestão e participação da comunidade, a soledariedade .

10. A adaptabilidade. Pode ser tradicional ou moderna . O importante é que se adapte, do ponto de vista social e ambiental a uma localidade que em nosso caso é rural-litorânea.

É preciso uma nova mentalidade trabalhada através da comunicação e educação.

É o que o Projeto Praia do Forte visa Usufruir sem Destruir, propiciando um desenvolvimento econômico da região de uma forma conservacionista da natureza local, em todas suas facetas seja ela ambiental , humana ou histórica , modificado para a auto-sustentabilidade.

3- DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DE IMPLANTAÇÃO DO PROJETO

A área em estudo denominada de Praia do Forte situa-se no município de Mata de São João, compreende uma faixa de aproximadamente 14 quilômetros ao longo da Costa Norte do Estado da Bahia entre os rios Pojuca (12o 35' 30'') e Imbassaí ( 12o 30' 30''), limites Sul e Norte respectivamente; apresentando longitude de W 38o 00'00''.

Os limites da área são Oeste pelo rio Pojuca; Norte, Nordeste para outras propriedades e Sul e Leste pelo Oceano Atlântico. A Praia do Forte dista 80 Km da cidade de Salvador, podendo ser alcançada pela rodavia BA099 conhecida pela Estrada do Coco. Em 28 de fevereiro de 1975 foi criado o Parque Florestal Garcia D'Ávila - Decreto Estadual no 24.643 que abrangia municípios de Camaçari e Mata de São Jõao onde se localiza a Praia do Forte.

A primeira providência legal feita pelos proprietários da Fazenda Praia do Forte foi procurar o extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal IBDF (hoje Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis IBAMA) para transformar a área em Refúgio Particular de Animais Silvestres pela Portaria IBDF no 327 em 1977, onde proibia qualquer atividade da caça por iniciativa dos proprietários mediante ato específico do Poder Público.

Em 1979 foi criada a Fundação Garcia D'Ávila, uma Instituição sem fins lucrativos que apoiaria então projetos culturais e ambientais buscando garantia de um lugar intocado e ainda preservado. A Fundação então apoiou o Projeto Tartaruga Marinha TAMAR em seus 3 primeiros anos em 1980. Em 6 de fevereiro de 1984 foi declarada uma Portaria de Refúgio Particular visando também a proteção da vida silvestre de outras áreas pertencentes à Fazenda Praia do Forte chamadas , Passagem Grande, Camarujipe, Sapiranga, todas localizadas no mesmo Município.

Em fevereiro de 1987, uma equipe composta por duas técnicas da Fundação Pró-Natureza - FUNATURA, elaboraram um plano de manejo para execução de programas de conservação para Praia do Forte, o primeiro para particular do Brasil.

Em 17 de março de 1992 foi declarada Área de Proteção Ambiental APA - Litoral Norte -BA Decreto Estadual no 1.046, que define uma área de 1.384 km2 , delimitada por uma faixa de 10 km da linha do preamar para o interior, correspondente a planícies marinhas, planícies fluvio-marinhas e a porção de tabuleiros com uma extensão de 142 quilômetros de praias, sendo esta área iniciada em Praia do Forte onde se localiza a maior concentração de ecossistemas intocados.

Desde 1992, dois biólogos da Fundação trabalham no Gerenciamento e Monitoria Ambiental de Praia do Forte, desenvolvendo um ecoturismo sustentável na região. Em Praia do Forte no Zoneamento Ecológico-Econômico da Área de Proteção Ambiental pelo CONDER temos a Reserva de Sapiranga remanescente de Mata Atlântica Port. Federal no. 64 de 06/02/84 e Decreto Estadual no. 1.046 de 17/03/92, as Reservas de Manguezais do Rio Pojuca e Timeantube, as Reservas de Lagoas do Timeantube e Jauara com suas dunas brancas e restingas, os Recifes de Coral e Praias de Desova de Tartarugas Marinhas todos decretados como Zona de Proteção Rigorosa, e como Preservação Cultural do Patrimonio Histórico com as Ruínas do Castelo da Torre de Garcia D'Ávila uma edificação de 1551 da colonização portuguesa de propriedade da Fundação Garcia D’Ávila, Decreto Estadual 24.643 de 28/04/78 como Parque Estadual Garcia D’Ávila e Zona de Preservação Visual, no. Decreto Estadual no. 1.046 de 17/03/92. O nome "Praia do Forte" prende-se a história por ter existido uma antiga fortificação ocupado nos séculos XVI, XVII e XVIII. O conhecido por Castelo Garcia D'Ávila ou como Casa da Torre.

Em 1996 deu-se início ao Projeto da Primeira Comunidade Ecotúristica do Brasil.

ZPR- ZONA DE PRESERVAÇÃO RIGOROSA - Integram estas áreas de Preservação Permanente relacionadas no Código Florestal, Lei no. 4.771/65, nos termos dos artigos 2o e 3o, com redação alterada pela Lei Federal no 7.803/89, as Reservas Ecológicas, conforme Lei no 6.938 de 31/08/81 e Resolução no 004/86 Conama, por apresentarem relevante interesse ecológico em função do papel que desenpenham como integrantes de sistemas em elevados estágios de conservação e os bolsões de desova de tartarugas marinhas, nos termos da Constituição Estadual, artigo 215, inciso VIII, por constituirem áreas que abrigam espécies ameaçadas de extinção.
As atividades que, eventualmente podem ocorrer nesta Zona, deverão obedecer às seguintes diretrizes:
- só serão permitidas atividades de visitação, contemplativa, pesquisa científica e trilhas ecológicas controladas;
- definição de faixas de segurança nas áreas limítrofes, a partir de estudos subsequentes;
- elaboração de programas de sinalização, controle do acesso e fiscalização sistemática;

ZPV-ZONA DE PROTEÇÃO VISUAL- Corresponde a áreas com sistemas de dunas, topos e encostas de colinas e montes (mirantes), além de coqueiros localizados próximos a ecossistemas, que devem ser conservados, por formarem uma paisagem singular e atrativa para empreendimentos de turismo ecológico.
Qualquer proposta de intervenção nesta Zona deverá:
- evitar modificações no morfologia do terreno, na cobertura vegetal e nos fluxos hídricos, superficiais e subterrâneos;
- submeter-se a Estudo Preliminar de Impacto Ambiental (EPIA);



Fig. 01 Vista da Enseada da Vila dos Pescadores de Praia do Forte

LAGOA DO TIMEANTUBE

A Lagoa do Timeantube se caracteriza como um ambiente lêntico, ou seja, de águas paradas. A limnologia (estudo das águas interiores), define lagoa como corpos d'água rasos, de água doce, salobra ou salgada, em que a radiação solar pode alcançaar o sedimento, possibilitando consequentemente, o crescimento de macrófitas aquáticas (vegetais superiores de água doce), em toda sua extensão.
As plantas aquáticas submersas produzem oxigênio para a vida aquática absorvendo o gás carbônico exalado pelos peixes e tóxico para eles. Abrigam peixes dos predadores como por exemplo as aves. Servem de receptáculos dos ovos dos peixes e indicadores biológicos.
A configuração da lagoa que em alguns pontos se alarga formam ilhas nas quais se encontra uma vegetação higrófila e também palmeiras, coqueiros e dendês respectivamente (Leopoldinia sp. ,Attalea sp., Cocus nucifera, Elaeis sp.) , refugia uma fauna rica em moluscos que são polinizadores de macrófitas, servindo também de alimento para algumas espécies de aves e peixes. No grupo dos peixes temos: lambari (Astyanax sp.), tucunaré (Cicha temensis), piaba (Anostomus sp.); anfíbios como sapo-boi (Bufo parachnemus); répteis como jacaré (Caiman latirostris), sucuri (Eunectes murinus); aves como gavião- caramujeiro (Rosthramus sociabilis), garça-branca (Casmerodius albus egretta) e mamíferos como lontra (Lutra longicaudis), cutia (Dasyprocta aguti).

RESERVA DA SAPIRANGA

A Reserva de Sapiranga abrange 600 hectares de remanescentes de Floresta Atlântica - secundária, situada a 80 km de Salvador no Município de Mata de São João (Mata Atlântica -secundária é designado para áreas que sofreram degradação ambiental). Está inserida na Área de Proteção Ambiental do Litoral Norte, sendo uma ZONA DE PRESERVAÇÃO RIGOROSA, temos 28 casas de nativos que vivem no local e alguns participam de projetos de preservação ambiental, dentro da Reserva da Sapiranga. São desenvolvidos projetos de educação ambiental e valorização das culturas tradicionais, o projeto concilia o desenvolvimento do turismo ecológico com a preservação dos recursos naturais. E pretende reverter o lucro do turismo para manutenção e preservação da Reserva, como também a valorização e ajuda das culturas tradicionais.

A Reserva de Sapiranga é um remanescente de Restinga Arbórea e Floresta Atlâintica em estágio avançado de recuperação, sendo possível observar espécies vegetais como sucupira (Bowdichia sp.), embaúba (Cecropia sp.), gameleira (Ficus sp.). Espécies de palmeiras como o licuri (Attalea sp.), dendê (Elaeis sp.), piaçava (Leopoldinia sp.). Apresenta orquídeas como Oncidium sp., Epidendrum sp. e bromélias como Aechmea sp., Bromelia artiacantha, que convivem com centenas de plantas menores como fungos, algas e líquens.
A importância da Mata Atlântica não se restringe a sua grande diversidade. Os principais ecossistemas litorâneos brasileiros como restingas e manguezais dependem de sua preservação. A cobertura vegetal controla as nascentes dos rios, impedindo que as chuvas provoquem a erosão do solo, o que ocorreria o assoreamento dos estuários.
Ainda apresenta espécies de animais ameaçados de extinção como: mico-estrela-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus), quati (Nasua nasua), paca (Cuniculus paca), tiê-sangue (Ramphocelus bresilius dorsalis), sofrê (Icterus icterus), sanhaço-azul (Tharaupis episcopus), calanguinho (Cnemidophorus ocellifer), jibóia (Boa constrictor), jararaca (Bothrops jararaca), sapo-boi (Bufos sp.).

FAZENDA CAMARUJIPE

O próprio estudo a respeito das nossas florestas entra em várias descrições regionais até os Sistemas Nacionais e Universais de Classificação chegaremos em tempo permanente a um conhecimento mais profundo da micro e da macroflora de toda a Praia do Forte sua ecologia definida, propriedades medicinais, princípios ativos, importância econômica norteando diretrizes para estudo científico aplicando sua importância para capacidade auto-sustentável e de preservação da Natureza.
Tem-se ainda consideradas zonas para efeito de manejo a mata do Camarujipe . Esta é a mais exuberante mata observada, apresentando indivíduos de grande porte remanescentes de estágio anterior. Trata-se,esta, de vegetação de transição de florestas sub- montanas ou arboretos de restingas para um estágio mais maduro de Mata Atlântica.
( Floresta Estacional Decidual semi- caducifólico). Apesar dos indícios de que esta foi derrubada , pois os indivíduos apresentam fuste (tronco) reto partir das , encontra-se, ela , em adiantado estágio de recuperação (FUNATURA, 1986).
Na Mata Atlântica foi observada a Biribeira (Escheweilera ovata), sucupira preta (Bowdichia virgilioides). No sub-bosque há grande número de espécie das famílias Melastomataceae, Rubiaceae, Bromeliaceae, Graminea e Ciperaceae (FUNATURA, 1986).
A flora aparece bem variada : carrasco(Miconia); folha-de-fogo(Clidemia hirta); miroró (Cassia sp.). Nos trechos alagadiços tem-se: guanandi (Symphonia globulifera), enquanto nos campos naturais, que se entremeiam com a mata, predominam Miconia sp., Comolia sp. , Cuphea sp., além de gramíneas e ciperáceas.









4- ESTUDO DO IMPACTO AMBIENTAL - EIA

4.1- MEIO ABIÓTICO

4.1.1- ASPECTOS MORFOLÓGICOS E GEOLÓGICOS

A área em estudo se apresenta bem fraturada . Está assentada num bloco alto e relativamente estreito do embassamento cristalino Pré-Cambriano, remanescente de intensa fragmentação de blocos continentais que ocorreu no início do Período do Cretáceo (120 milhões de anos atrás), na época da separação dos continentes, quando tiveram origem as bacias sedimentares costeiras do Brasil, inclusive a do Recôncavo Baiano( Martim et al.,1980 ; Soares et.al.,1991). A Costa Norte do Estado da Bahia está condicionada pelo limite ocidental deste bloco , que a uma zona falhada com orientação geral de N 210o paralela a falha de Salvador, limite ocidental do mesmo bloco (Soares et.al.,1991).
A morfologia desta região costeira quartenária é definida entre a linha da costa e as falésias que limitam os tabuleiros da Formação Barreiras, de Idade Terciária (Martin et.al., 1980).
A planície costeira do estado da Bahia é descontínua e estreita , muitas vezes resumida a uma faixa de centenas ou dezenas de metros de largura (Martim et.al.,1980). É caracterizada por presença de dunas geralmente inativas, depositadas durante os períodos de regressão marinhas do Quartenário, principalmente nos últimos 7000 anos (Holoceno) (Martimet.al.,1980; Nolasco, 1987; Soareset.al.,1991).

Um cordão arenoso, ou cordão praial, definido como a zona entre o nível de infra-maré e o primeiro cordão dunar , acompanha toda costa norte baiana. Tem largura extremamente variada , chegando a 150m ao Norte de Imbassaí onde está associado a extensos campos dunares (Nolasco,1987). Esse cordão praial é constituído de uma areia média e grossa , de composição basicamente quartzosa. O teor de grãos carbonáticos estão associado às bio-construções carbonáticas na área, apresentando normalmente um teor baixo entre 10% e 20%, e nunca acima de 30% (Nolasco,1987; Soareset.al.,1991).
Quanto as construções marinhas , reveladoras de antigas linhas da costa e dos movimentos transgressivos do mar, Martim et.al.(1980) identificam a presença caracterí stica de uma linha de arenitos de praia , praticamente contínua, que estende por longa distância do litoral norte baiano.
Nolasco & Leão (1986) e Nolasco (1987) apresentam um estudo detalhado sobre as construções carbonáticas e demais depósitos marinhos , relacionando-os entre si e com as flutuações do nível do mar, reconstituindo a história da evolução desta região costeira nos últimos 7000 anos.
Os autores acima referidos identificam tais tipos de construções carbonáticas (recifes de coral, recife superficial de corais e algas, e crostas algais), além de dois cordões de arenitos , um interno na região de inter-marés e outro externo abaixo dos limites superior da infra-maré associados àquelas bio-construções . Essa associação ocorre tanto no tempo evolutivo, como no espaço lateral ou verticalmente relacionados. Considerando os condicionamentos do embasamento Pré-Cambriano, Nolasco (1987) afirma que :" que a distribuição , tanto dos arenitos como as construções carbonáticas, é controlada pela natureza dos seus substratos . A morfologia das construções orgânicas é uma herança do substrato."



Fig. 02 Foto Aérea do Litoral de Praia do Forte


4.1.2.ASPECTOS HIDROGRÁFICOS

O Sistema Fluvial do Nordeste , como não podia deixar de ser , reflete íntima correlação com o clima. Analisada no seu todo, esta região apresenta vários contrastes, principalmente do ponto de vista da pluviosidade, em que se incluem desde climas semi- áridos, onde os rios são consequentemente temporários, até climas super-úmidos, como o do litoral baiano, onde a drenagem é muita rica. Os maiores rios , que ocorrem pela área em estudo são provenientes da encosta da Chapada Diamantina. O Paraguaçu e Jacuipe , unidos desaguam na Baía de Todos os Santos, enquanto que o Itapecuru, bem mais ao norte, desagua diretamente no Oceano. Entre estes , o Imlambupe e o Pojuca, ainda que não derivam das faldas da Chapada Diamantina, todavia, nascem em terrenos que se inclinam em direção ao mar, o que os faz correrem diretamente para este. Incluem-se, por isso, na classificação hidrográfica das Bacias Independentes do Leste. Ressaltando o rio Pojuca onde recebe efluentes domésticos não concentrados em todo seu percurso, menos acentuadamente na área de domínio deste estudo. Atravessa terras agricultáveis, portanto sujeitas à lançamentos de agrotóxicos. No alto Pojuca existem descargas de usinas de cana-de-açúcar.

De maneira geral , o padrão hidrográfico da área é considerado dendrítico porque apresenta vários cursos d'água, que se projetam em muitas direções. O rio Pojuca (12o30'33'') constitui um excelente exemplo desses processos. Entrando na Fazenda Praia do Forte, este rio apresenta quatro segmentos retilinizados por adaptação tectônica, unidos, entre si, pelas características curvas em ângulos agudos. A formação das corredeiras em trechos retilíneos são dependentes não da formação tectônica mas da litológica. Atingindo a baixada litorânea , o Pojuca alarga-se e deposita-se em suas margens grande quantidade de matéria orgânica e sedimentos formando um manguezal.
Quanto ao rio Açú (Timeantube), curso d'água que nascem em área de sedimentos Barreiras (Terciário) apresenta traçado típico dos rios que correm na baixada litorânea, curso calmo e muitas voltas, meandros, sendo mais representativo porque situa-se ao redor do Praia do Forte Resort Hotel.
Há ainda no aspecto hidrográfico de Praia do Forte uma drenagem em sistema radial dos cursos d'água que nascem da colina de Tatuapara (localizada a 70 m. acima do nível do mar), onde está situada a antiga fortificação distando 2,5 Km da praia.

A lagoa do rio Açú( Timeantube) situa-se em frente ao Praia do Forte Resort Hotel no limite leste, trata- se de uma lagoa de água doce, alimentada diretamente pelo lençol freático e do Rio Açu, que nasce no Olho D’Água cerca de 25 km dalí, passando pelos vilarejos de Açú da Torre e Malhadas, após a lagoa, seguindo por um logradouro até formar um manguezal e desembocar no Oceano Atlântico.
Ressaltamos presença de águas do tipo ferruginosa devido a decomposição das concresões ferruginosas encontradas na Formação Barreira .

4.1.3. ASPECTOS CLIMÁTICOS

Os diferentes sistemas de circulação atmosférica que ocorrem sobre a região nordestina são extremamente complexos. Dentro de uma classificação mundial, o estado da Bahia situa-se em uma faixa climática bem definida de clima tropical austral mas que provincialmente apresenta grande diversificação. Existe uma interação de massa de ar que, com suas variações anuais, produzem contrastes nos seus efeitos climáticos por exemplo: anos de muita seca, anos de grandes enchentes, climas semi-áridos ou em outras áreas climas sempre úmidos de relativas homogeinidade, caracterizando com médias térmicas elevadas e altos índices pluviométricos distribuídos ao longo dos meses do ano.

Segundo a classificação de Koppen o clima da região é Af. Descreve-se como clima tropical, sempre úmido, apresentando temperatura média anuais 25o a 27oC. Os meses mais frios (julho e agosto) ficam acima dos 18oC e amplitude média varia 5oC a menos de 2oC do sul da Bahia ao Litoral Norte (FUNATURA,1986). A pluviosidade se concentra em torno 1500mm anuais, sendo que pode atingir no mínimo 60 mm no mês menos chuvoso. Isto lhe confere a característica de não possuir uma estação seca definida. Entretanto se observa uma maior concentração a chuvas nos meses de outono e inverno (de março a agosto)com redução no período de primavera e verão, entre os meses de setembro e fevereiro, compatível com regime de chuvas de tipo mediterrâneo ou seja trata-se de um regime típico de chuvas dos países mediterrâneos. O verão, entretanto, é também chuvoso, com indica o clima Af, que não possui estação seca. Isto ocorre porque, nessa área, o verão é a época de maior influência da massa de ar Tropical Atlântica, que domina sobre o oceano. A chuva se forma a partir da massa que se expande e absorve maior umidade quando o vento invade o continente (HIGESA,1992). Os meses de junho e julho são de temperaturas mais amenas e os mais chuvosos. Isto ocorre porque a radiação solar é o sol se encontra afastado do zênite. E esta é a época de maior frequência das invasões de anticiclones de origem sub-polar, que atingem este litoral. No meio do ano o anticiclone é mais forte atingindo esta área. A passagem da frente polar, sob domínio de um anticiclone, quando sobe a pressão, a temperatura desce e cai a chuva, sob o vento que passa a soprar sul. Portanto regime de chuvas se dá no inverno onde os dias são mais curtos que as noites.

4.1.4. ASPECTOS EDÁFICOS

Os solos da região do litoral norte da Bahia são classificados pelos tipos Podzólicos Vermelho Amarelo ílico e areias quartzozas. Estes tipos de solos são decorrentes da Formação Barreiras, do Terciário, na área de Praia do Forte. Seus sedimentos são formados por conglomerados poligênicos, isto é consolidados e depositados de variadas maneiras, o que explica sua textura de fina a média e por arenitos de coloração variegada. São considerados solos com boa permiabilidade, porosidade, profundos, drenados forte e moderamente, e com boas condições físicas propicias ao bom desenvolvimento das raízes das plantas. Apresenta relevos planos e suavemente ondulados (tabuleiros) e baixa fertilidade natural, todas essas características relacionam-se com a Formação Barreiras. Estes solos possuem as areias quartzozas datadas do Quartenário e correspondem aos depósitos eólicos recentes dos cordões litorâneos (dunas) e os depósitos marinhos (praias). Pedologicamente, acima dos sedimentos arenosos marinhos estão Podzol hidromórfico e areias quartzozas marinhas. Já os solos hidromórficos gluzados e orgânicos ocorrem nas planícies, aluviais, raízes terrenos fluviais.

Na costa podemos encontrar os depósitos argilosos de sedimentos muitos finos, granulometria baixa, escuros pegajosos, escorregadios e com odor fétido ao encontrar as águas do mar ocorrem os solos indiscriminados de manguezais mostrando os cursos rio Pojuca e do rio Timeantube. Os solos de Praia de Forte apresentam areias quartzozas. São solos de coloração variada, baixo teor de argila, drenados, profundos ácidos e baixa fertilidade natural (FUNATURA,1986). Em áreas de terras de várzeas, que na época da seca são usados como pastagem natural caracterizam ainda os solos podzólicos, hidromórficos, de textura arenosa. Concentram bastante matéria orgânica. A degradação ambiental atua no contexto pedológico devido a má ocupação do solo e a perda de fertilidade natural devido a má ocupação antrópica, onde degradou a própria matéria orgãnica que seria o fertilizante natural.

4.2 - MEIO BIÓTICO

A Floresta Atlântica ou Mata Atlântica desenvolveu-se sobre uma extensa cadeia de montanhas que acompanha quase que todo o Litoral Brasileiro. A evaporação da água do mar e os ventos que sopram em direção ao continente garantem a umidade necessária para uma formação de uma floresta tropical.
Em 1500 na época do descobrimento do Brasil, a Mata Atlântica se estendia desde do Rio Grande do Norte até a Serra de Tapes no Rio Grande do Sul ocupando uma área total de 1 milhão Km2
Em 1503 iniciou-se um ciclo extrativista em nosso país, retirando uma espécie de árvore frondosa de cuja a madeira se retirava uma tinta vermelha para tingir tecidos: o pau-brasil (Caesalphinia echinata). E assim outras madeiras foram utilizadas para fabricação o de navios, na construção de aldeias e cidades.
Aqui em Praia do Forte a Fazenda mais antiga do Brasil, colonizada por Garcia D’Ávila, construindo sua moradia e vida permanente. Na época áurea da cana-de-açúcar e do gado, a floresta passou a ceder espaço à ocupação humana, onde se concentrava na faixa litorânea.
Hoje no Brasil temos mais de 10.000 km2, ou seja, 8% da área primitiva. Na região sul do país temos 310.000 hectares de Parque Estadual da Serra do Mar no Estado de São o Paulo, onde é a unidade de preservação com a maior área de Mata Atlântica. Na região nordeste, a Bahia apresenta Parques Nacionais como o de Monte Pascoal e Chapada Diamantina e Áreas de Proteção Ambiental como a do Litoral Norte.
Segundo os botânicos, a Mata Atlântica é a floresta que exibe a maior diversidade do Planeta Terra, cerca de 40.000 espécies de plantas.
4.2.1-ASPECTOS FLORÍSTICOS-ENQUADRAMENTO FITOGEOGRÁFICO

A Mata Atlântica é , em realidade, um bioma extenso e diversificado, com uma incalculável diversidade de ecossistemas, que seria melhor conceituado por uma expressão mais abrangente e mais rica de significado biológico SISTEMA ATLÂNTICO DE VEGETAÇÃO(Filho, 1992).
O Sistema Atlântico de Vegetação acompanha os antigos dobramentos da costa oriental do Brasil. São desdobramentos esses longamente trabalhados pelas forças erosivas do intemperismo, de cujo trabalho geoescultural resultaram montanhas dissecadas, aplanadas, formando as largas extensões dos "mares de morros florestados", no dizer de Ab' Saber (Filho, 1992).
Segundo Filho (1992) completam esse quadro áreas satélites como as planícies costeiras onde viceja as restingas e o cordão paralitorâneo de vasas em que vegeta uma categoria de florestas periodicamente inundadas pelo fluxo e refluxo das marés, o manguezal, com sua inconfundível tipicidade morfológica.
Junto ao mar, na planície costeira, e na desembocadura dos rios ocorrem os manguezais e as restingas.
De acordo com IBAMA os manguezais no mundo cobrem cerca de 17,1 milhões de hectares e na América do Sul 4,1 milhões.
Os manguezais ocorrem com maior ou menor intensidade ao longo da costa brasileira, do sul do Amapá (2o latitude norte) até Laguna, no estado de Santa Catarina (29o latitude sul). É um ecossistema dinâmico, de grande importância ecológica e geomorfológica no contexto das zonas estuarinas, formando o elo básico de cadeias alimentares economicamente importantes, devido a quantidade de matéria orgânica produzida (Peixoto, 1992).
Constituídos por comunidades vegetais anfóbias, lenhosas e perenifólias, que se estendem em margens planas do oceano, na desembocadura de rios e margens de lagoas, os manguezais formam imensos bosques sobre o substrato mole, constituído por silte e argila fina rica em matéria orgânica, fortemente influenciado pelas marés.
Ocorrem apenas em áreas tropicais e em terrenos de aluvião fino particulado (FEEMA, 1979). As condições altamente seletivas dos manguezais conduziram a uma tal especialização das plantas, que resultou em número pequeno de espécie por área (pequena biodiversidade) sendo, entretanto as espécies representadas por muitos indivíduos (grandes populações) e geralmente de distribuição ampla na faixa de ocorrência do ecossistema. As principais zonas estuarinas do Litoral Norte da Bahia são: Estuário do rio Jacuípe, rio Joanes, rio Pojuca, rio Timeantube, rio Imbassaí , Subaúma, Sauípe , rio Real- Jandaíra (divisa com estado de Sergipe e Bahia). Na Praia do Forte, dois importantes manguezais se destacam: rio Pojuca que nasce aproximadamente a 200 Km de distância da Praia do Forte no município de Feira de Santana percorrendo trechos de vegetação ciliar e ao encontrar as águas do oceano Atlântico constitui a faixa mais representativa e mais desenvolvido da área estudada. Na típica vegetação aparecem: mangue vermelho (Rizophora mangle), mangue branco(Laguncularia racemosa), mangue-de-botão(Conocarpus erecta), o algodoeiro da praia(Hibiscus pernambucencis)e a grande samambaia (Acrostichum aureum). Estas espécies que surgem nos locais menos inundados e menos abertos (FEEMA, 1979; Rizzini, 1979).


Fig.03 IPE-ROSA (Tabebuia sp.) Exemplar da Flora da Região

E o segundo manguezal chama-se Rio Timeantube observa-se mangue-de-botão, mangue branco , mangue vermelho, araticum do brejo(Annona glabra), rabo-de- bugio (Dalbergia ecastophillum).
Existem ainda alguns adensamentos de (Sophora tomentosa) e vassoura-de-campo (Dodonaea viscosa) (FUNATURA, 1986).
Sendo o manguezal uma formação que oferece ambiente hostil é maioria das plantas (alta salinidade da água e do solo; frequência de inundação pelas marés), as espécies destas áreas desenvolveram adaptações especiais para sobreviver; assim, para permanecerem fixas em um solo frouxo e inundável, pouco aerado, adquiriram sistemas radiculares adaptados à fixação mecânica, com raízes especializados em mecanismos de aeração, ditas raízes respiratórias (Peixoto ,1992).

Segundo Novelli (1986), o mangue vermelho possui dois tipos de raízes. Um tipo se caracteriza por raízes escoras constituídos por raízes aéreas, procedentes do caule principal, e de ramos que se descem arqueadamente e se fixam no solo. A função dessas raízes são para fixação e aeração, possuindo estruturas especializadas em absorção de ar chamadas lenticelas. O segundo tipo de raízes são caracterizadas subterrâneas que surgem das raízes escoras e que precisam água e nutrientes para manutenção vital da planta.
O mangue-de-botão cresce em muitos locais não pantanosos tais como praias de areia e costas rochosas de alguns litorais. Na Praia do Forte aparece nas áreas mais secas, mais elevadas atrás do mangue propriamente dito (Novelli,1986).
O mangue branco e tintureiro encontra-se em costas de baixa salinidade, às vezes ao longo dos canais de água salobra. Podendo ser encontradas nos bordos arenosos ou até junto com a espécie Conocarpus erecta(mangue-de-botão).
A vegetação das costas arenosas de todo a região Nordeste é largamente distribuída e caracterizada por restinga ou seja amplas planícies arenosas, levemente onduladas com composição florística característica que está mais próxima do mar (Hueck, 1979).

Nesta área a presença de dunas aparece com dois tipos: as mais baixas com 2 a 3m de altura e frequentemente com uma densa cobertura vegetal que em desenvolvimento normal leva à formação de uma mata. E as grandes dunas móveis, que com sua atividade destroem a vegetação(Hueck, 1979). Na Praia do Forte se enquadra o primeiro caso.
A colonização natural das dunas primárias dão-se segundo o mesmo esquema que todas regiões tropicais ou temperadas :(1) praia destituída de vegetação,(2) estágios pioneiros com crescimento muito esparso de gramíneas e outras plantas com raízes longas e ramificações superficiais,(3) estágios de gramíneas mais densos e (4) estágios arbustivos e formas florestais (Hueck,1979).
As restingas se estendem por quase toda costa brasileira, numa extensão total de quase 5000 Km. As principais formações estão nos estados de São Paulo, Espirito Santo, Rio de Janeiro e Bahia.
Todo complexo data do Quartenário é resultante da ação conjunta de fatores tais como fontes de areia , correntes de deriva litorânea, variação do nível de mar e retenção de sedimentos.
Os condicionantes principais dessa vegetação parecem ser baixa concentração de nutrientes no solo, a baixa capacidade de retenção de água nos solos arenosos, em alguns locais, e ao lençol freático muito superficial, em outros, criando ambientes ora seco ora encharcados; assim como a influência da salinidade.
Devido a esses condicionantes as restingas apresentam características fisionômicas peculiares; são encontrados caracteres xeromorfos marcantes, tais como a esclerofilia (folhas duras, coriáceas) e microfilia (folhas pequenas).

Toda a costa de 12 Km de extensão de Praia do Forte constitui o coqueiral. Em 1551 data na história que as palmeiras , vulgarmente conhecidas no Brasil por coqueiro-da-bahia (Cocos nucifera) foram introduzidas por nossa colonização portuguesa . Atualmente temos aproximadamente 100.000 pés de palmeiras (originárias da Ásia) e que hoje, fazem parte integrante do ecossistema de Praia do Forte.
Seguindo da praia para o interior, a vegetação vai se adensando, chegando até mesmo a constituir um emaranhado de vegetação impenetrável, com arbustos e árvores ramificadas, e solo cobertos por espécies agressivas como Bromelia antiacantha, Cereus pernambucensis.
Um terceira formação compreende em ilhotas de vegetação entrelaçadas com áreas de areia branca, quase desnuda, ou com espécies herbáceas esparsamente distribuída.
Nas margens da moita abrigadas pelas copas das árvores, mas já expostas ao sol, ocorrem espécies como a baunilha(Vanilla chamissomis) e as bromélias terrestres como (Neoregelia cruenta e Aechmea nudicaulis ). Estas bromélias acumulam água das chuvas que serve como abrigo e nutrição para inúmeros seres vivos como fungos, algas, invertebrados e vertebrados.

Entre as moitas se desenvolvem-se vegetação baixa e esparsa sendo marcante a presença da palmeira anão conhecido como guriri (Allagoptera arenaria). As matas de restingas compreendem dois tipos florestais que ocorrem em pequenas elevações que alcançam a encosta ou em depressões entre cordões de areia, ambientes que, geralmente estão sendo colmatados.
No primeiro caso, o estrato superior possui árvores que alcançam 20m de altura. Nas depressões , árvores atingem 15m . Onde o lençol freático é mais superficial, permanecendo o solo inundado a maior parte do ano, surgem florestas com árvores mais baixas, geralmente entre 8 a 10 m de altura e de disposição mais esparsa.
A região da mata pluvial tropical é a principal área populacional do Nordeste, e por isso esta mata está atualmente quase completamente destruída e interrompida por vilarejos e culturas. Onde tais culturas foram novamente abandonadas, desenvolveu-se vegetações secundárias. Matas de grande extensão, fechadas, existem apenas isoladamente. Nas demais áreas a mata cedeu lugar às pastagens e plantações de mandioca.

Seguindo da praia para o interior, a vegetação vai se adensando, chegando até mesmo a constituir um emaranhado de vegetação impenetrável, com arbustos e árvores ramificadas, e solo cobertos por espécies agressivas como Bromelia antiacantha, Cereus pernambucensis.
Um terceira formação compreende em ilhotas de vegetação entrelaçadas com áreas de areia branca, quase desnuda, ou com espécies herbáceas esparsamente distribuída.
Nas margens da moita abrigadas pelas copas das árvores, mas já expostas ao sol, ocorrem espécies como a baunilha(Vanilla chamissomis) e as bromélias terrestres como (Neoregelia cruenta e Aechmea nudicaulis ). Estas bromélias acumulam água das chuvas que serve como abrigo e nutrição para inúmeros seres vivos como fungos, algas, invertebrados e vertebrados.

O estrato superior possui árvores que alcançam 20m de altura. Nas depressões , árvores atingem 15m . Onde o lençol freático é mais superficial, permanecendo o solo inundado a maior parte do ano, surgem florestas com árvores mais baixas, geralmente entre 8 a 10 m de altura e de disposição mais esparsa.
A região da mata pluvial tropical foi a principal área populacional do Nordeste, e por isso esta mata está atualmente , quase, completamente destruída e interrompida por vilarejos e culturas. Onde tais culturas foram novamente abandonadas, desenvolveu-se vegetações secundárias capoeiras . Matas de grande extensão, fechadas, existem apenas isoladamente. Nas demais áreas a mata cedeu lugar às pastagens e plantações de mandioca.

Sendo o estrato superior rico em espé cies de massaranduba (Manilkara e Pourteria), canela ( Ocotea e Nectandra), angico ( Piptadenia) e pau sangue ( Ptrocarpus violaceus), no estrato arbustivo predominam as Mirtaceae e Rubiaceae. É notável a riqueza de lianas, principalmente das famílias Bignoniaceae, Sapindaceae, Malphighiaceae e Dilleniaceae. As herbáceas que alguns locais chegam a cobrir o solo são representadas principalmente por marantas, bromélias e aráceas . As epífitas vasculares são pouco abundantes; em contra partida há uma riqueza de epífitas avasculares cobrindo os troncos das árvores e pendentes dos ramos. Nos mais úmidos, onde durante a época de maiores chuvas o solo fica parcialmente incharcado são as figueiras , jussara, guanandi, o ipê-do-brejo (Tabebuia umbellata) como corre nas margens do rio Terebu ( rio que corre dentro da Floresta da Sapiranga).

A floresta apresenta tipos vegetativos escleromorfos semelhantes ao cerrado, com algumas espécies com tecidos mecânicos esclerenquimáticos devido à pobreza de oligotrofia mineral. Folhas por vezes amplas, duras, coriáceas, pilosas. A classificação de Veloso (1991), considera que a Floresta Ombrófila pode pertencer a várias altitudes, outro aspecto relevante : relevo da área em questão que não passa dos 100 m de altitude onde poderiam ser caracterizdas por formações submontanas Formações Submontana. São florestas abertas, faciações da antiga Floresta Ombrófila Densa (greg. ombro-chuva). Devido a carência de estudos voltados para Litoral Norte da Bahia. Este preliminar levantamento classificatório vegetacional da " Mata Atlântica " se aprofundará em estudo permanente da composição fenológica, morfológica, ecológico da Floresta de Sapiranga. A descrição feita por Peixoto(1992) e Veloso(1991) vem indicando a condição morfoclimática- florística que se encaixa na área de Praia do Forte desde a macroflora das regiões costeiras, dos manguezais até os domínios sub-montanos de florestas de formações secundárias que podem pertencer a diferentes altitudes.

Foi observada a Biribeira (Escheweilera ovata), sucupira preta (Bowdichia virgilioides). No sub-bosque há grande número de espécie das famílias Melastomataceae, Rubiaceae, Bromeliaceae, Graminea e Ciperaceae (FUNATURA, 1986).
A flora aparece bem variada : carrasco(Miconia); folha-de-fogo(Clidemia hirta); miroró (Cassia sp.). Nos trechos alagadiços predominam o guanandi (Symphonia globulifera), enquanto nos campos naturais, que se entremeiam com a mata, predominam Miconia sp., Comolia sp. , Cuphea sp., além de gramíneas e ciperáceas. (Fazenda de Camarujipe).

4.2.2- ASPECTOS FAUNÍSTICOS

Uma das características importantes do ponto de vista faunística é a presença de remanescentes de Mata Atlântica. Este ecossistema, por apresentar grande diversidade biológica, aponta para a necessidade de manchas isoladas ainda existentes na área e que abrigam espécies ameaçadas em extinção.

O Estado da Bahia, como não poderia deixar de ser, desde os primórdios da colonização brasileira, caracteriza-se pela utilização direta dos recursos naturais, o que está refletindo visivelmente na fauna local. Assim, isso vem confirmar que a destruição de habitats aparece como um dos elementos principais que determinam o empobrecimento da fauna de um local. Caça, o comércio de animais, a indústria de produtos da fauna, o uso de agrotóxicos, reflorestamentos inadequados, podem, também, ser citados como responsáveis pelo crescente declínio da fauna na Bahia.
O norte do Estado, principalmente, demonstra processo mais intenso de modificação ambiental. Dentre o grupo mais representados localmente, tem- se a avifauna e os lacertídios (lagartos). Como alguns dos representantes do
Classe Mammalia estão o mico-estrela-de-tufos-brancos Callithrix jacchus; mão- pelada Procyon cancrivorus; animais em em risco de extinção que ainda se encontram jaguatirica Felis pardalis , Jaguarandi Felis yaouanrorindi ; paca Cuniculus paca Ouriço-Cacheiro-Preto Chaetomys subspenosus, Tamanduá-Bandeira Mimercophaga tridactyla, entre outros. Entre as aves , aparecem 194 espécies já catalogadas das ordens Ciconiformes Egretta thula, Falconiformes Rostrhamus sociabilis , Galliformes Aracuã , Procelariformes Puffinus gravis, Columbiformes Columbina minuta, Psittaciformes Aratinga aurea, Cuculiformes Piaya cayana, , , Trochiliformes, Phaetornis pretrei, Piciformes Nystalus chacurus, Passeriformes aparecem 21 famílias. Da Classe Reptilia ocorre Boa constrictor e Eunectes murinus e mais 34 espécies. O gênero Ameiva sp. representando o grupo dos lagartos.
Temos um levantamento das espécies de fauna e flora desta região, onde grande parte desta listagem da fauna está em risco de extinção pela destruição dos ambientes naturais por ação antrópica, tendo algumas já extintas. Temos aqui um banco genético de grande importância, para utilização em futuros trabalhos de preservação ambiental do litoral norte.

A importância da Mata Atlântica não se restringe a sua grande diversidade. Os principais ecossistemas litorâneos brasileiros como restingas e manguezais dependem de sua preservação. A cobertura vegetal controla as nascentes dos rios, impedindo que as chuvas provoquem a erosão do solo, o que ocorreria o assoreamento dos estuários.


Fig.04 SOCÓ - BOI (Tigrisoma linatum) exemplar da Fauna de Praia do Forte

4.2.3- OCORRÊNCIA DE DESASTRE NATURAIS

Praia do Forte é uma área relativamente tranquila, do ponto de vista de desastres naturais, pois não costuma ocorrer ventos catastróficos, nem áreas sujeitas a vulcanismo que tem por consequência, maremotos.
Devido ao clima, quente e úmido, sem estação seca, não se verifica a ocorrência de grandes incêndios, causados por faiscas elétricas sobre a vegetação ressequida. Somente na época do verão incêndios provocados pela ação antrópica ocorrem propositadamente, com frequência de dez por temporada. Com a ocorrência de 11 em 92/93, 9 em 93/94, 6 em 94/95, e apenas 2 em 95/96.

Há de relatar, entretanto, a modificação da linha de costa que está ocorrendo atualmente, com o mar avançando sobre a praia nas marés altas, cada vez mais para o interior, em alguns pontos, enquanto em outros vem recuando. Uma das casas cedidas a marinha por parte da Fundação Garcia D’Ávila, hoje o Projeto Tamar - IBAMA, a mais próxima da praia já ruiu pela metade, devido ao embate das ondas, restaurado em 1997 com recursos do Ministério do Meio Ambiente e Amazônia Legal . Um antigo farol da marinha estava situado em frente a esta casa, sobre a praia, e já foi totalmente destruído, dele só restam hoje parte das fundações. Também já a alguns anos atrás o mar destruiu a escada da casa dos arcos que se situa na praia. Como a praia na maré alta fica totalmente coberta pelo mar, os coqueiros mais próximos desta estão sendo arrancados pela força das águas.

Esse fenômeno tem relação com as mudanças das correntes marinhas costeiras, pois a medida que o mar exerce, aí, esse trabalho de abrasão, mais adiante entre as desembocaduras dos rios Pojuca e Timeantube exerce acumulação, aumentando, lenta mas constantemente, a faixa de praia.
Há de relatar que no passado antes do represamento das águas do rio Timeantube, haviam enchentes, que levavam ao impedimento do acesso por completo das pessoas à Praia do Forte. Após o represamento este problema foi sanado, pois ocorre o controle de sua vazão e mantêm os poços dos moradores da região sempre cheios.( mesmo com o represamento , foi construído comportas para manter a água controlada , havendo assim manejo da água para abastecimento do mangue). Em 1997 desmoronou a ponte de passagem , assoreando um inicio de mangue existente paralelo a rua de paralelepípedo.

4.2.4- ANALISE PAISAGÍSTICA

Essa análise considera o alcance do visitante em relação às vistas panorâmicas e à qualidade visual-cênica, cores e luminosidade, do conjunto da topografia, vegetação e água, relativo aos recursos físicos de Praia do Forte. O alcance da vista panorâmica depende, principalmente, da posição do observador. Neste caso, a altitude entra como fator preponderante.




4.3- FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS

4.3.1- CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO/ DINÂMICA POPULACIONAL

O Nordeste é uma das mais problemáticas regiões brasileiras, apresentando o índice populacional mais alto do País, ao lado de índices dos mais baixos em desenvolvimento, em algumas de suas áreas. Partes desta região apresentam densidade de população das mais altas do País, como o Recôncavo Baiano, enquanto outras partes contam com índices muito abaixo das médias.

O Nordeste foi, inicialmente, o centro econômico do Brasil colonial, sediando, por isto mesmo em Salvador, a partir de 1549, a primeira capital brasileira. Nestes primórdios da colonização, Bahia e Pernambuco eram os principais centros dispersores de populações, comandando a divisão que se estabeleceu nos dois primeiros séculos do Brasil Colonial: no litoral, chuvoso e com solos profundos de “massapé” , dedicava-se à lavoura de cana-de-açucar, enquanto que no interior, com chuvas irregulares e muitas vezes insuficientes, se criava o gado.

Contropondo-se a isso, e agindo como fatores retentores de população, verificou-se, no Nordeste, o desenvolvimento das plantações de algodão e o ressurgimento das lavouras de cana, já agora voltadas para o mercado interno e, nos últimos decênios, a implantação de projetos industriais e agropecuários através da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Estas são, então, as áreas de grandes concentrações de população.
Os últimos decênios vêm assistindo, também, a um exagerado crescimento das cidades, principalmentes as duas capitais regionais, Salvador e Recife, em detrimento do campo, causado pelo êxodo rural. Este êxodo rural tem suas raizes nas condições climáticas muitas vezes adversas-grandes secas e grandes enchentes- condições de extrema pobreza que se traduzem em índices muito baixos de higiene e educação e de falta de perspectiva de melhoria no campo, devido a má distribuição da posse da terra. Por essa razão, estas grandes cidades crescem desmensuradamente, “incham”, sem que haja o desenvolvimento adequado de seus serviços básicos tais como, água, escolas e emprego. O resultado é a proliferação de favelas.
Quanto às características demográficas da população nordestina, apresenta esta, do ponto de vista da estrutura etária, predomínio de crianças e adolescentes, explicado pelas taxas de natalidade alta e de mortalidade decrescente e pela taxa de emigração de adultos, sempre presentes.

Quanto a escolaridade a população da Praia do Forte, a vila é servida por uma escola municipal primária, uma creche e distante 3 kilometros o Colégio Estadual de Primeiro Grau. Aqueles jovens que queiram cursar o secundário precisam dirijir-se às cidades próximas que possuam este serviço, especialmente Salvador e Lauro de Freitas, refletindo, então, a condição geral de dependência desta área em relação a Metrópole, inclusive estes aspecto é extremamente negativo incentivando o êxodo rural , perda das tradições , indo contra os princípios de auto-sustentabilidade. Com o estímulo financeiro da Fundação Garcia D’Ávila e Praia do Forte Resort , ambos vem desenvolvendo Telecurso 1o e 2o graus com os funcionários e agora extendo-se à vila , parcerias com Sebrae, Cetead, Bahiatursa , com treinamentos , cursos dos mais variados temas .

Quanto às tradicionais populações locais que habitavam a área, em pequenos núcleos de pescadores artesanais e alguns agricultores, cada vez mais vão elas sendo desviadas de suas antigas formas de trabalho, voltando-se para as novas modalidades de ocupação que vão surgindo com a multiplicação das casas e dos hotéis de veraneio. Estes antigos ocupantes vêem-se, assim, forçados a adaptar-se às novas circunstâncias, principalmente, porque os novos empregos trazem rendimentos imediatos e certos, seja no caso de pequeno comércio, seja na construção destas habitações, seja na condição de assalariados diretos destes novos habitantes, como caseiros, jardineiros e empregados domésticos e não podendo esquecer a empregos gerados através do gerenciamento ambiental da Fazenda Praia do Forte o Praia do Forte Resort Hotel, Landco e Fundação Garcia D’Ávila, dando 600 empregos diretos na comunidade local. Atualmente com Área de Proteção Ambiental ativa, gerou-se emprego na Preservação Ambiental com cargos de guardas florestais e motoristas de caçambas de lixo. Além disso, se criou empregos de garis , que coletam lixo na orla. Também existe um grupo de crianças locais que são guias mirins ( condutores), que auxiliam nas trilhas e acompanham visitantes que procuram a Reserva da Sapiranga. Antes do decreto da APA do Litoral Norte, foram contratados muitos pescadores pelo Projeto TAMAR, para Preservação das Tartarugas Marinhas, não só em Praia do Forte mas em toda costa brasileira .

A comunidade de Sapiranga , lugar de um dos empreendimentos de ecolodge, vivem sazonalmente da plantação de mandioca , todas as crianças frequentam o Colégio Estadual Alaor Coutinho criado em 1993, mas mesmo assim enfrentam o problema da falta de professores. Algumas crianças estudam em escola local particular , a qual sofre com o problema de assiduidade de professores. As mulheres atêm-se em cuidar dos descendentes, lavar roupas, fazer farinha de mandioca, plantar e também prepara os terrenos, na época do inverno. Os homens pescam nos rios em busca de peixes e camarões, utilizando a pesca artesanal com o jiqui, gererê , tarrafa e vara . As populações também dependem do mar. Caminham 4 Km para alcançar o oceano, mangue e corais, e utilizam jangadas feitas de mulungu (Erythrina), madeira tradicional. Além disso, trabalham com empreeitadas em construções turísticas, casas, pousadas, sinalizador de lixão, guardas florestais, motoristas de caminhão, construção de canalização de água doce para a Vila do Forte(1996), alguns ainda vendem , côcos, artesanatos e bebidas para os turistas. A estrada do Côco descaracterizou os costumes locais há vinte anos .

4.3.2 - USO ATUAL DO SOLO

O Município de Mata de São João, onde está situada a Fazenda Praia do Forte, foi, até a década de 50, assim como toda a região ao norte de Salvador, esteve voltado para as atividades de subsistência, pesca no litoral , pequena agricultura e pecuário no interior.
Em 1950 iniciou-se , a exploração de petróleo, iniciando-se concomitantemente, as atividade que, cada vez mais, acrescentam novos valores e nova estrutura econômico-social à área. Este desenvolvimento industrial, ocorrendo principalmente, a partir da implantação de um centro industrial de Aratu e do Complexo Petroquímico de Camaçari, tem sido a mola mestra que impulsiona a desordenada ocupação de toda a orla marítima ao norte de Salvador.

Oficialmente, Mata de São João situa-se fora da Região Metropolitana de Salvador, considerando-se como limite deste o Rio Pojuca. Porém várias situações vividas pelos municípios desta Região Metropolitana, ainda se fazem sentir em Mata de São João. A rigor, este Município está na periferia de descontinuidade urbana, composta por municípios ainda muito ligados ao centro maior, Salvador, porém apresentando, ainda, áreas não urbanizadas e/ou desocupadas, que as separam das zonas centrais.
Caracteriza-se, esta região, pela inexistência ou precariedade de serviços de abastecimento e de energia, de serviços médicos e saneamento básico. Em 1997 , a Vila da Praia do Forte , recebe água canalizada , obra da Embasa.

Por se tratar de uma área aprazível, a orla marítima da Região Metropolitana de Salvador vê crescer a demanda de ocupação desordenada, com a proliferação dos loteamentos para classes de pessoas de renda média/alta, apesar das deficiências dos serviços básicos.

Atualmente cerca de 20% da área é desnvolvida com o turismo , sendo que existenm na região , um Resort para capacidade de 400pessoas , e termos de infra-estrutura 120 negócios entre bares e restaurantes e pousadas . A maior parte da população vivem na vila e arredores Malhadas , Açu e Campinas , sendo que a maior parte da mão-de-obra emprega-se na pesca e no turismo .

5-RELATÓRIO DO IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

5.1-OBJETIVOS E CARACTERÍSTICAS DO ECOALOJAMENTO / ECOLODGE

A importância econômica do ecolodge é destacada pela sua eficiência ambiental a nível de ocupação, harmonia das ações humanas, exemplos de energia alternativas , preservar os ecossistemas, fomentar a participação comunitária e dos ecoturistas e principalmente o estilo de desenvolvimento auto-sustentável para Linha Verde. Temos que ser o modelo ambiental para ser seguido pelos ambientalistas, empreendedores e Governo, nesta região privilegiada pela natureza abundante.

OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS DO PROJETO , SUA RELAÇÃO E COMPATIBILIDADE COM AS POLÍTICAS SETORIAIS , PLANOS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS.

• Insistir na Coexistência -homem-natureza em condições de sustentabilidade, em busca de saúde, existência e preservação dos recursos naturais.

• Exemplificar com uma construção alternativa , que é viável um turismo sustentável , minimizando impactos negativos, e maximizando energias locais e alternativas (solar, moinhos, motriz..)

• Demonstrar a viabilidade da integração da cultura local em termos genéricos, desde a utlização da arquitetura tradicional do uso da palhas, folhagens, estuque, madeira até a demonstração viva dos costumes locais.

• Promover a educação dos visitantes através da prática de propostas ambientais , valorizando os aspectos humanos tradicionais.

• Experienciação com os recursos naturais em suas proporções micro e macro. Criar e educar Ecoturistas.

• Promover a filosofia de reciclagem e reaproveitamento , produzindo um turismo de qualidade .

• Compatibilizar a presença do turismo , como indutor sócio-econômico no litoral norte, de uma forma sustentável e compatível com os ambientes envolvidos, propiciando através da capacitação de recursos humanos e educação ambiental aos visitantes, para estes se responsabilizem em minimizar os impactos tanto ambientais quanto culturais.
O projeto ecolodge segue linhas alternativas de execução, mas segue também , as diretrizes do PRODETUR (Programa de Desenvolvimento Turístico )- Costa dos Coqueiros.

• Desenvolver o turismo ecológico(Ecoturismo) como ferramenta de indução do melhoramento da qualidade de vida, da preservação ambiental, do contato com culturas tradicionais.

• Respeitar a capacidade de carga dos ecossistemas locais.

• Restaurar os ecossistemas adjascentes.

• Promover educação, relaxamento, lazer(Recuperação emocional e espiritual).

• Pesquisa Científica em biodiversidade/ antropologia /Turismo participativo/científico/ Trilhas interpretativas.

• Poderá ser uma ferramenta de Marketing para futuros empreendimentos para Linha Verde

• Provendo enriquecimento e satisfação aos visitantes

• Obter auto-sustentabilidade através das Taxas de preservação das visitações (participação econômica permanente).

• A linha de pensamento para planejar um ecolodge é :

“É mais lucrativo trabalhar com e a favor da natureza do que contra ela”.




5.2-DESCRIÇÃO DO PROJETO/ETAPAS DE CONSTRUÇÃO

• Feita com madeira comprada de reflorestamentos de pinheiros da Fazenda Praia do Forte (e/ou pedra, terra, bambu, etc.)
• Mão de obra- local , gerando empregos diretos ( pessoas/Temporários, permanentes)
• Usar passadiços para transporte de materiais de construções
• A construção respeitando a topografia solo e flora local
• Respeitar as linhas arquitetônicas da região; design implícito no meio ambiente :
-Utilizar o que existe.
-Manter e salvar, não cortar e destripar a paisagem.
-Conservar a paisagem manejada .
-Preservar natureza e história.
-Casar beleza com utilidade.
-Enfatizar simplicidade e naturalismo.
• Utiliza energias alternativas (solar, biogás, roda d’água, etc);
• Integrada com um quintal produtivo, onde as próprias plantas contribuem para o conforto do lodge ;
• Capta e recicla toda a água utilizada;
• Orientação pelo sol e ventos prevalescentes para o máximo de conforto e utilização da energia solar;
• Orientação na auto-sustentabilidade de comunidades tradicionais em áreas de preservação; Focus na Educação Ambiental ao turismo e comunidade demonstrando a peculiaridade, rusticidadee harmonia da arquitetura até o funcionamento e destinação final de resíduos;
• Alojar estudantes para pernoitarem no local;
• Focus no preservação do meio ambiente Podemos considerar o compartilhamento dos 3 componentes principais:
-Ocupação e Uso do solo(terra);
-A Comunidade envolvida durante a construção e execução;
- Funcionamento e manutenção e o cliente(ecoturista);
• Personalização de serviços-Fidelização do cliente.
• A área deve ser sítio-adaptativo(a Floresta/Ilha de Lagoa Timeantube) , existindo declives , deixar a vegetação e minimizar o uso de equipamentos pesados.
• A estrutura deverá estar compatível com a vida silvestre.
• A estrutura e funcionamento deverá ser não poluente. Evitar qualquer tipo de poluente, identificá-lo previamente , diagnosticá-lo, e tratá-lo.( gerador, por exemplo).
• Um ecolodge basicamente trata, recicla seus excedentes sejam eles de qualquer origem menos atmosférica.(qualquer circulação de automotores).(em região insular, não terá acesso a veículos).
• Evitar processos de erosão , pesticidas etc. O único incoveniente é o aparecimento de cupim, o qual é típico desta região , em que o solo é ácido, a umidade relativa do ar controlada pela alta evaporação, portanto o madeiramento seja ele de Pinus, Eucaliptus, necessita de tratamento prévio e manutenção controlada.
• O ecolodge deverá involver uma restauração cultural e ecológica .

A restauração ambiental pode ser uma ferramenta de marketing , de proteção ambiental, provendo enriquecimento e satisfação aos visitantes e lucro.




6- ENTENDIMENTO DE MERCADO ECOTURÍSTICO

Quem são os clientes?

-visitantes estrangeiros e brasileiros
-crianças em períodos pré-determinados
-Universitários para treinamento
-Convenção grupos distintos e pequenos

O que o cliente vem procurar?

-Natureza/ Contato com a vida silvestre , com o novo, com o campo e comunidades locais.(Cross-culture)
-Abrigo,alojamento, conforto, experienciações com a natureza.
-Conhecer exemplos de um Eco-alojamento integral com a natureza e a auto-sustentabilidade do Projeto
-Educação Ambiental
-Modelo de Turismo Ecológico/Ecoturismo, como é manejado.
-Posição Geográfica- Clima Quente, Tropical
-Paisagens Cênicas , incluindo as Auto-estradas
-Lugar relaxante/diferente realidade.

Quais as facilidades turísticas adjacentes?

-Floresta/Capoeiras
-Rios/Lagoas
-Mangues/Corais/Restingas
-Tamar ( Projeto das Tartarugas Marinhas)
-Vila dos pescadores(Câmbio de dinheiro, banco, farmácia, posto de saúde/bares e restaurantes/artesanatos)
-Castelo Garcia Dávila
-Linha Verde
-Salvador(Centro histórico/Pelourinho/Mercado Modelo/Igrejas/Estrada do côco/ aeroporto)
Portanto , ambientes naturais, históricos e urbanos/humanos

7- PRINCÍPIOS DO DESENHO SUSTENTADO DA CONSTRUÇÃO DO ECOLODGE

• Acessos , circulação , estradas (em áreas já degradadas), estacionamentos (distante do lodge), trilhas.
O acesso já existente, acesso para a floresta com carros de boi, charretes, cavalos.
• Os passadiços(walkway) devem ser suspensos para evitar degradação na zona da construção. Devendo ser prioritário sua construção.
• Respeitar a topografia local (terra, árvores, lagos);
• Material e produtos locais de baixo impacto, tetos de palha de palmeiras locais.
• Número limitado de hóspedes (max 20);
• Orientação para as luzes e correntes de ar naturais;
• Prover de espaço para atividades e educação ambiental, um living room adaptado a biblioteca, espaço para audiovisual.
• Reflorestamento de áreas/Recomposição com plantas nativas ;
• Promover emprego na construção de pessoas locais;
• Energia Alternativa(solar/eólica/micro-hidro);
• Utilização de trabalho manual (evitar equipamentos pesados, barulho na construção);





Áreas comuns para Ecolodge /Técnicas operacionais

• Central Captação de energia através de micro-usina (moinhos), energia solar, um gerdor que não produza barulho , nem cheiro de diesel.
• Captação Dágua (poderemos entrar em acordo com a Embasa ,atual canalização)
• 3 Lodges individuais (elevados), para casal, (máximo de 4 pessoas)
• Funcionamento mínimo de 10 pessoas.
• Diária máxima para considerar um ecolodge , de (130 a 170) reais. ?
• Construção de 3 suites( 3 lodges) com banheiros próprios localizado na Reserva da Sapiranga .
• Amplas e panorâmicas janelas, contato maior com ambiente, sensação de amplitude.
• Os ecolodges não serão trocadas toalhas e nem lençóis todos os dias. Dispositivos de controle de luz, água, shampoo, sabonetes líquidos, Ventilador de teto, proibido qualquer tipo de ar refrigerado( não necessário , para tipo de proposta , minimização de custos que poderão ser gastos com salários), não serão utilizados produtos que não sejam recicláveis, esta seria a intenção .
• pequeno lodge para estocagem de materiais de limpeza e base de serviços gerais de apartamentos, (produtos biodegradáveis), perto da casa do caseiro.
• Casa Banheiros coletivos com controle de gastos dágua , os banheiros necessitam manutenção diária,
• Passadiços(walkways) intercalados aos lodges , restaurantes , áreas amenas com alguns com alimentadores de fauna.
• Recepção com living room , restaurante e bar. O observatório poderá estar situado no teto da área da recepção que compartilharia o mesmo saguão do restaurante principal, integrado a área de bar/belvedere.
• Área de relaxamento/leitura (bangalô das redes) perto das corredeiras da Sapiranga,bangalôs da Lagoa( terraço que se estende da mesma área .
• espaço para / leitura-biblioteca / observatório (mirante)( torre dentro do restaurante) / orientação e Educação Ambiental. Terraços em palafitas {Centro de Visitação ecocultural, com exposição de posters, fotos aéreas, materiais ilustrativos educativos(informação é turismo cultura, a nível da clientela que pretendemos atender), e sala de projeção de slide}, melhor adaptado, devido ao próprio espaço físico, na Sapiranga e em Camarujipe, impróprio para região insular. Restaurante (área elevada, belvedere com uma bela visão, com acesso dos lodges a esta zona) Onde concentra um ponto de encontro e Bar e Recepção, incorporando artesanatos regionais na decoração local.( micro gift shop, controlado pela recepção)
• Um ecolodge poderá ser monitorada por uma família que cuidaria da manutenção e a presença de um “biólogo-guest-relation”.
• Saída para um ancoradouro em palafitas, deverá ser construído um flutuante , mas na Tapagem(corredeiras) não tem acesso de barco a motor , só a remo. Ponte ligando à ilha dos macacos(Projeto de criatório conservacionista Cebus apella- macaco-prego)
• Cozinha, refeitório para funcionários e Almoxarifado . A cozinha será simplificada para típicas comidas naturalista.
• Coleta seletiva de lixo , (Em caso de aplicação do Projeto em região insular(Ilha da Lagoa do Timeantube tudo volta para o continente menos os residuos alimentares, que poderiam virar adubo, para recuperação de solo arenoso)
• guaritas elevadas (mirantes) ao redor da área (o número necessário de acordo com o sítio de instalação)
• O observatório poderá estar situado no teto da área da recepção que compartilharia o mesmo saguão do restaurante.
• Área de manutenção na entrada do barreiro, Sapiranga, Central de armazenagem de gas, casa caseiro.
• ETA saídas dos banheiros coletivos para caixas com filtragem com carvão , cascalho e areia, que, ligado a uma piscina (lagoa ornamentada) de tratamento aeróbico.
2 Mirantes para observação de fauna noturna, elevados na altura das árvores, capacidade de 6 pessoas por mirante (com redes)
Staff contratado para cada área:
Biólogo fixo(1)
Cozinheira e assistência, camareira (2 )
manutenção (1) esgoto, água, luz, gas, horto e jardim
guardas florestais/guias locais (2), região insular , pode diminuir para( 1 )
recepcionista/ biólogo -guest-relation (1 )
• Ecocamp / lodge para albergue (máximo 40 jovens) área da lagoa Timeantube .

RECICLAGEM E CAPTAÇÃO DA ÁGUA

Numa situação doméstica, pode-se reciclar a água:

-Dando descargas da privada com água servida da pia, do chuveiro, etc. (100 litros de água por pessoa!)
-Captando água do telhado .
-Encaminhando a água negra que sai da caixa de fermentação para um circulo de bananeiras e vegetais, em vez de jogar no esgoto ou rio (onde serve para poluir).
-Reciclando a água servida , ou reciclada das águas negras para o jardim

FILTROS DE ÁGUA BIOLÓGICOS/REAPROVEITAMENTO ENERGÉTICO

O tipo de tratamento dependerá do manancial de água, sua localidade, sua condição física(lago, rápidos, nascentes).
No tratamento de água proveniente do lençol-freático é usado uma desinfecção simples usando hipoclorito de sódio. O hipoclorito pode ser proporcionado na água para um tanque de armazenagem usando uma bomba gerada por energia solar ou pela própria água. Na desinfecção da água está incluida um líquido Dioxido de cloro. Esta tecnologia provem excelente qualidade bactericida enquanto minimiza contaminação por produtos.
Após desinfecção, a água requer filtração. É recomendado processos de filtração que serão composto por camadas de areia e cartuchos de filtração. Somente a água usada para beber, lavar e cozinhar precisará estar completamente tratada.

Solução polivalente (Reciclagem de nutrientes da biomassa) está na construção de estação de tratamento que receba água residual e no último estágio a água sai limpa com grau de balneabilidade aceitável por lei podendo voltar para a natureza.
A reciclagem dos nutrientes da biomassa é “um ciclo dos ciclos”, pois ocorrem ciclos naturais. O sistema não usa produtos químicos sintéticos. É construído com materiais existentes na região. A reciclagem dos nutrientes ocorre através de processos naturais de mineralização, oxigenação, fotossíntese, conversão por bactérias e consumo por animais. Ao mesmo tempo as águas são purificadas. Isto ocorre devido a processos mecânicos, fotossíntese, sedimentação filtragem e mineralização.
Componentes: Tanques de sedimentação de sólidos, conversão de nutrientes e neutralização de agentes patogênicos com digestão aeróbia. As algas neste tanque suprem oxigênio para a oxidação bacteriana do material orgânico (redução DBO) e promovem extinção de micróbios patogênicos. As algas servem também como alimento de peixes.
- tanques de macrófitas para absorção de fosfatos, nitratos e potássio. Estes tanques auxiliaram a eliminar quase por completa devido a exposição à luz.
- Árvores frutíferas para estabilização dos diques, produção de frutas e consumo de nutrientes provenientes dos tanques de peixe e macrófitas.
-Horta para produção de vegetais ou fibras naturais.

BIODIGESTOR PARA PRODUÇÃO DE BIOGÁS

Neutralização de agentes patogênicos através da digestão anaeróbica e mineralização de nutrientes.
- Colunas de pedras para prover grandes superfícies com pequenas áreas para digestão aeróbica, filtragem e tratamento microbiológico.
-Tanques de peixes onde crescem variedades de peixes e crustáceos, e também onde se extende o tempo de retenção das águas servidas.
-Grandes tanques de 2,5m a 3m de profundidade para produção de diversos tipos de peixes podem ser adicionados entre o tanque de algas e tanques de macrófitas. Os peixes produzidos podem ser vendidos ao mercado ou utilizados como ração animal. Nestes tanques profundos pode-se atingir uma produção de até 12 toneladas por hectare/ano.
Escala : este método adapta seus componentes às condições locais. As possíveis configurações são:
- tratamento simples da biomassa onde não exista canalização(para 1 a 15 casas). Tamanho 1-1000 m2.
-Purificação da água usando somente tanque de sedimentação, macrófitas e opcionalmente hortas; excluindo os porcos, peixes e outras atividades com animais.Tamanho 0,5-10hectares
-tratamento integrado de águas servidas e agricultura , com todos os tanques, peixes, porcos, aves, frutas, vegetais, cereais. Tamanho1-1000 hectares.
-conversão de estações de tratamento de esgoto convencionais, onde já exista alguma estrutura mas que esteja desativada devido aos altos custos ou à falta de manutenção.Tamanho1-50 hectares.
Esta estação polivalente é aplicável em agro-indústrias, hotéis, escolas, municípios, restaurantes, fazendas, vilarejos com (1500 habitantes até 100.000habitantes)

Em resumo a estação funcionaria :

O esgoto cai no primeiro tanque. Logo em seguida do primeiro existiriam mais dois que seriam tanques de oxidação. Em cada um deles há uma parede de represamento (underflow) que obriga que água passe por baixo, junto ao fundo do tanque . O primeiro tanque se uniria ao segundo por um dique de oxigenação(overflow), esta etapa faz com que água passe para o outro espelho de água de 1 cm de profundidade.
As etapas oxidação, oxigenação e Energia do Sol são capazes de reduzir os agentes patogênicos(redução de 90% de coliformes fecais. Esta água pode ser usada para regas em hortas, jardins, reflorestamentos e minhocultura.
A ação do Sol, do ar e de microorganismos transformam as moléculas de esgoto em nutrientes e vitaminas.
Agora a “água” já quase tratada vai para um tanque de peixes , pois os nutrientes servem de alimento . A função dos peixes , também será de limpar a água e assim produzir novos nutrientes . Para servirem à alimentação humana dependerá de uma série de avaliações de saúde.
Os outros tanques serão com macrófitas(vegetais superiores aquáticos) . Estas plantas retiram os nutrientes mineralizados da água e depois , servem de adubo e fertilizante para hortas, jardins, reflorestamentos e minhocultura.
Para construir esta estação necessitaria uma avaliação prévia sobre o local da implantação, testes de solo , desenho e dimensionamento do projeto e capacidade suporte de acordo com a demanda produzida de esgoto.
É possível estudar a produção de biogás , ou seja mais uma fonte de energia alternativa através do lixo.

Outra sequência de tratamento é a passagem da água por filtros compostos de areia, brita, carvão e posteriormente por canteiros com plantas aquáticas e de brejos, de preferência de vários tipos, ou então de aguapés.

Outro tratamento é o biodigestor anaeróbico. O processo de fermentação molhada converte o esgoto em 3 produtos : biogás, fertilizante sólido e líquido, que ambos servem para jardins, hortas e reflorestamento e minhocultura .

A compostagem é um método bem peculiar e de fácil execução . É elaborado grande massa deste material residual que será controlado em termos de aeração, textura, tempo de preparo, temperatura adequada . O aproveitamento da compostagem em países tropicais , como o nosso, dura cerca de 40 a 50 dias para processar gases . Em países temperados 6 meses.

8- ÁREAS DE EXPERIÊNCIA DOS ECOTURISTAS

O turismo ecológico é um segmento da atividade turística de desenvolvimento recente e sua conceituação muda conforme os estudiosos do tema, de país para país.
Tentando englobar as diferentes vertentes, pode-se dizer que, de um modo geral, o ecoturismo visa proporcionar aos turistas um um contato íntimo direto com a natureza, através da simples observação ou visando um estudo mais profundo.
Devemos aqui ressaltar a definição adotada pela comissão técnica IBAMA/EMBRATUR, como relevante para a compreensão do tema abordado:
"Ecoturismo é o turismo em locais com potencial ecológico, de forma conservacionista, procurando conciliar a exploração turística com o meio ambiente, harmonizando as ações com a natureza, bem como oferecer aos turistas um contato íntimo com os recursos naturais e culturais da região, buscando a formação de uma consciência ecológica nacional"

Já, a Organização dos Estados Americanos - OEA aponta como diferenciação que o ecoturismo não se apoia somente em atividades orientadas para a natureza, mas é também precursor de uma filosofia que busca obter objetivos sociais, mais além dos individuais (porém os inclui). Se identifica como um modelo de desenvolvimento dentro do qual, as áreas naturais são planejadas como integração da atração turística de uma região ou país, e relaciona diretamente os recursos biológicos com os setores econômicos e sociais.

Com base nestas premissas, pode-se afirmar que o ecoturismo será a oportunidade de atendimento às necessidades dos turistas e ao mesmo tempo a criação de um segmento orientado, auto-sustentável e conservacionista, gerador de empregos.
À nivel mundial o ecoturismo é dividido em três segmentos distintos: de natureza, científico, e de caça e pesca.

Turismo de Natureza
O turismo de natureza é praticado por amantes da natureza, mas isso não significa que tenham de ser profissionais da área ou estudiosos das ciências biológicas. São pessoas que sentem prazer em estarem próximos da natureza e do meio ambiente, almejam um retorno a um estilo de vida mais natural, onde há uma profunda dedicação ao aperfeiçoamento das atividades diferentes ao cotidiano.

Turismo Científico
O turismo científico engloba os pesquisadores e estudantes que vão realizar estudos "in locu" visando primorar seus conhecimentos relativos aos ecossistemas, ou seja, caracterizar-se pela pesquisa científica, intercâmbio de informações, desenvolvimento de tecnologias, observação de pássaros, e outros.

Turismo de Pesca
Quanto ao turismo de pesca, embora por vezes sejam colocadas restrições à sua inclusão no Ecoturismo, ele é considerado como tal, em países nos quais a prática do turismo na natureza é mais antiga (África do Sul, Estados Unidos, Quênia, Canadá), e a experiência tem mostrado que, com adequado planejamento, da pesca e usos racionais e sustentáveis dos animais que habitam estes ecossistemas.


Turismo Participativo (Special Interest Travel)
Turismo participativo é a combinação do turismo com lazer. São viagens relacionadas com o meio ambiente natural ou urbano, incluindo atividades como caminhadas, mergulhos, cruzeiros em barcos regionais ou veleiros, canoagem no mar ou rios, observação de vida animal, folclore e história.

Poucos programas de turismo participativo requerem prévia experiência no meio ambiente natural. Os turistas partipantes destas viagens são pessoas adultas ou da terceira idade, adolecentes e integrantes de grupos familiares ou escolares e crianças. São pessoas com espírito de aventura, curiosas que adoram sobretudo, compartilhar experiências.

Suas viagens não são necessariamente difíceis e raramente eles são submetidos a desafios e a testes de habilidades especiais ou prévia experiência.
Os programas de turismo participativo destinam-se a todos, mesmo que o participante nunca tenha percorrido trilhas, cavalgadas, velejando, acampando ou tenha tido contato íntimo com o meio ambiente natural e cultural.

Turismo de Aventura
Se o que move o turista é vivenciar uma emoção, o perigo, ele procura o turismo aventura. O turismo de aventura pode ser definido de várias formas. No passado teve um significado de desafio, expedições difíceis, em geral para adultos. Hoje em dia envolve contato com o meio ambiente, os indivíduos participantes não são meros observadores e as expedições requerem habilidades. Os passeios focalizam o aprendizado sobre a natureza, as excursões enriquecem e despertam a apreciação do meio ambiente.
Esses grupos devem ter como características o trabalho de equipe e companheirismo, é uma mistura de esportes radicais em contato com anatura. Os destinos são lugares onde poucos já foram ou de baixa frequência, onde ainda se pode desfrutar o luxo da tranquilidade.(exemplos rafting, montanhismo,waterfall climbing, climbing).

9-ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ECOTURÍSTICO DO ECOLODGE

• NA RESERVA DA SAPIRANGA

Remanescente de Floresta Atlântica ocupando uma área total de 600 hectares, sendo margeada pelo Rio Pojuca, Sapiranga localiza-se a oeste do distrito de Praia do Forte, na região dos córregos Terebu e Sapateiro e Sapiranga, no Rio Pojuca se formam corredeiras próximo a floresta, com alto valor cênico.

Tema: Preservação, Interpretação, Educação e Consientização, Recreação e Lazer controlados e Valorização das Culturas Tradicionais.

Atividades:
- Ecoturismo especializado;
- Contemplação;
- Fotografia;
- Observação;
- Caminhadas ( trilhas interpretativas)
- Descanso;
- Fiscalização e Proteção Permanente

Instalações:
- Placas indicativas;
- Placas interpretativas;
- Folhetos interpretativos;
- Mapas da Reserva;
- Botânico;
- Arboreto;
- Herbário;
- Viveiro de mudas;
- Horta comunitária;
- Trilhas;
- Mirante;
- Passarela (junto aos córregos);
- Lixeiras;
- Bancos de descanço;
- Eco-condutores;
- Ecologde-alojamentos ecológicos elevado por palafitas;
- Restaurante elevado por palafitas;
- Casa de Artesanato;
- Escritórios administrativos;
- Guarita para ranger;
- Sistema de Radiocomunicação;
- Criadouro conservacionista e Área de Reintrodução da vida silvestre;
- Estacionamento;
- Sanitários/ água potável.


Fig. 06 COBRA-BOIPEVA (Waglerophis merremii) representante da Fauna da Sapiranga

• NA LAGOA DO TIMEANTUBE ( RIO AÇU)

Considerado um sistema lêntico, se encontra na entrada principal de Praia do Forte, sendo um ambiente importante para a região na captação de água, migração de aves, (um perfeito habitat para as aves nidificarem), jacarés, serpentes, etc. Será feito gradativamente replantio de árvores nativas ao redor da lagoa, pelos guardas florestais e programas de educação ambiental. Integrados a uma piscicultura para repovoamento do local.

Tema: Preservação; Interpretação, Educação e Conscientização, Recreação e Lazer- controlado (Ecoturismo)
Atividades:
- Passeio de barco controlado (bird-watching);
- Passeio de caiaques controlado (bird-watching);
- Pescaria;
- Contemplação;
- Fotografia;
- Descanso;
- Caminhada na margem existente.
- Fiscalização e Proteção Ambiental;

Instalações e Equipamentos:
- Trilhas interpretativas no curso d'água;
- Folhetos interpretativo;
- Prancha de identificação da fauna e flora;
- Pier para embarcações;
- Passarela( passadiços) a beira da lagoa;
- Reflorestamento;
- Restaurante em palafitas;
- Ecolodge / Ecoalojamento em palafitas;
- Mirante;
- Lixeiras;
- Placas de sinalização;



Fig. 07 CARDEAL (Paroaria dominicana ) representante da Fauna da Lagoa do Timeantube

• NA FAZENDA DE CAMARUJIPE

Remanescente de Floresta Atlântica ocupando uma área de 1.500 hectares, sendo margeada pelo Rio Açu, localizada ao norte da propriedade, distante 8 km de Praia do Forte. Tendo árvores ainda primárias de grande porte, vegetaçaõ fechada com difícil acesso, abriga uma variada fauna em extinção, sem moradores na área.

Tema: Preservação, Interpretação, Educação e Consientização, Recreação e Lazer controlado.

Atividades:
- Ecoturismo especializado;
- Contemplação;
- Fotografia;
- Observação;
- Pesquisa ciêntifica;
- Caminhadas;
- Descanso;
- Fiscalização e Proteção Permanente;

Instalações:
- Placas indicativas;
- Placas interpretativas;
- Folhetos interpretativos;
- Mapa da Área;
- Trilhas demarcadas;
- Mirante;
- Passarela junto as árvores;
- Lixeiras;
- Bancos de descanso;
- Ecolodge em palafitas (alojamentos ecológicos);
- Eco-condutores especializados;
- Sanitários/água potável;
- Sistema de radiocomunicação;
- Estacionamento;
- Guarita para Ranger;



Fig.08 Representante da Fauna da Fazenda Camrujipe
ONÇA-PARDA OU SUSSUARANA (Felis concolor)

10-TIPOS DE TRILHAS ECOLÓGICAS

O objetivo destas trilhas é ajudar o visitante a planejar a viagem, procurando passeios que gostem de fazer, que minimize o impacto na região criando uma responsabilidade de comportamento dos visitantes.

1- Visitação com grupos de turistas acompanhada com guia-Trekking (dia, noite) ;
2- Visitação caminhada desacompanhada - Trekking (dia);
3- Bird Watching
4- Visitação a cavalo;
6- Fotógrafos e Filmadores amadores e profissionais;
7- Trabalhos de campo com colecionadores e estudantes e professores;
8- Expedições Científicas, Ornitólogos, Zoólogos, Botânicos;
9- Observação da vida silvestre- dia/noite (wildlife watching tour);
10- Jeep Safari;
11- Aventureiros - Rafting boat, canoagem, mountain bike, etc;

11-ANÁLISES DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E PROPOSTAS MITIGADORAS

IDENTIFICAÇÃO , VALORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO SAPIRANGA/CAMARUJIPE /LAGOA DE TIMEANTUBE

11.1-MEIO FÍSICO

Entre os aspectos cuja consideração ou detalhamento possam ser necessários, incluem-se:

-CARACTERIZAÇÃO DO CLIMA, CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS DA ÁREA/QUALIDADE DO AR/NÍVEIS DE RUÍDOS

Não haverá influência atmosférica maior na Lagoa, pois não haverá tráfico de veiculos, apenas considerando a fase de construção, receberá poeira da manipulação da madeira, com serragem, e que no caso da poeira poderia afetar a saúde dos funcionários da obra, bem como pássaros, e zonas fotossíntéticas das plantas. Em termos de um empreendimento turístico, não terá lançamento algum de emissões atmosféricas , devido ao fato de não possuir chaminés, e de acordo com a filosofia da sustentabilidade, a presença de ecolodge, se faz obrigatório a recomposição original da vegetação que ajudaria a recomposição climática da região connsiderando que esta região de Praia do Forte já foi Mata Atlântica Ombrófila, e os regimes de chuva do passado eram mais rigorosos que atualmente. Considerando algum ruído provocado por visitantes, estes seriam orientados para evitar tal impacto sonoro, porque grande parte deste público seriam pessoas interessados no Bird watching tour(necessário silêncio, boa acuidade auditiva e observação) .No caso das áreas florestais(Sapiranga e Camarujipe), causaria impactos em termos da permanência estipulada de veículos. Para tal se estuda a capacidade suporte dos ecossistemas, e será controlada visitação para evitar impactos atmosféricos.(Conta-se que os tipos de carro utilizados para os ecolodges destas áreas com acesso difícil, será feito em Jeeps Toyotas, que são a diesel)
Se faz por necessário trabalho integral de conscientização do staff temporário e permanente pela equipe de biólogos responsáveis Carla e Adriano.

-CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA ÁREA POTENCIALMENTE ATINGIDA PELO EMPREENDIMENTO

Pode-se observar na descrição da área em estudo, que os tipos de solo em Praia do Forte são suscetíveis a erosão, devido a formação barreiras e terrenos marinhos assentados. Com o tipo de construção a ser aplicada, conseguirá fazer um minimização dos impactos geológicos os quais propiciaram manutenção do solo(Ver FGD-Estatutos de Uso e ocupação adequada do solo - segu em anexo). As construções serão no padrão Eco-lodge. Isso significa que será feito passadiços(plataformas, walkways), suspensos cerca de 1,50m acima do solo, evitando qualquer manejo da Flora, evitando bloquear a passagem da fauna. As construções não podem passar de 10 m de altura, permanecendo assim no meio das copas das árvores. Considerando a recomposição vegetacional aliada a método de construção por passadiços.


-CARACTERIZAÇÃO DOS SOLOS DA REGIÃO:

Na filosofia do turismo de baixo Impacto com as construção no padrão rústico e sustentável, serão conservados os solos e até incrementada de acordo com o grau de fertilidade . Partes onde poderão se restabelecer, a flora, serão reflorestadas com plantas nativas , utilizados resíduos orgânicos para enriquecimento de solo e minhocultura. A circulação de veículos em região insular será zero , em áreas florestais , controladas.
Resíduos líquidos podem ser facilmente reciclados em biodigestores, a vir ser analisados pois em ilha de dimensão pequena não comporta esta construção, transporte pode vir a ter algum tipo de vazamento, fossas assépticas, necessitam avaliação de profundidade, considerando que os solos tem boa permeabilidade, porosidade, proximidade com lençol freático, drenados, em níveis forte e moderados. E com vantagem para fixar raizes. Considerar que a Ilha fluvial da Lagoa do Timeantube se caracteriza mais cordões litorâneos recentes e as Zonas Florestais , Barreiras, com solos ferruginosos.

-CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS/HIDROLOGIA /QUALIDADE AS ÁGUAS.

Estamos tratando dos recursos hídricos lênticos-lacustres, mais precisamente lagoa do Timeantube), Corredeiras do rio Pojuca(recurso lótico/Sapiranga), influência em lagoa /represa de Camarujipe.
Uso característico destes ecossistemas seriam para Abastecimento, geração de energia e lazer. Na região insular , as água será fonte de riqueza máxima a ser preservada. Nenhum efluente será jogado no rio , a não ser peixes herbívoros que farão a manutenção da represa, e barco de passeio controlado para horas certas, com mínimo de participantes. Um dos impactos a receber a lagoa, será a presenç dos passadiços e o fluxo das pessoas. Algumas áreas serão construídas em cima dágua, propiciando o uso reduzido de embarcações com motores e desperdicio de óleo na água. Portanto poderia se caracterizar com impactos temporários , a construção de passadiços . As macrófitas da Lagoa, já em atual processo de eutrofização , serão controladas biologicamente (carpas capim, tilápias). Quanto as corredeiras , servirá para gerar energia, caso se defina a utilização de micro-usina hidrelétrica, por moinho dágua. Não seria feito nenhum desvio do curso dágua, aproveitando naturalmente o rio.

11.2-MEIO BIÓTICO

-CARACTERIZAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS TERRESTRES NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

OS ECOSSISTEMASTERRESTRES AFETADOS SÃO:

Floresta Atlântica de formação secundária , domínios florestais de terras baixas, com predominância de matas galerias de restinga arbórea. Floresta Secundária em regeneração avançada.
Intervenção: Construção de 3 ecolodge(8m2), 1 área social , jardim de hortaliças, tratamento de resíduos, energia para iluminação, walkways, trilha de acesso, área social dos lodges(restaurante,cozinha e recepção).
Existem alguns acessos antigos(trilhas) que minimizam a abertura de novas passagens . Durante a construção não serão cortadas árvores maduras, e manejaremos as árvores e plantas para outros locais. Se possível reflorestando com mudas de plantas nativas. O material de construção será transportado por caminhão dependendo do porte, caso contrário por carros menores , e a tração. Os walkways além de permitirem a passagem de animais , permite o crescimento de plantas que crescem bem em sombra(esciófitas). Também algumas árvores podem ser mantidas , no meio dos passadiços. Desde a instalação até a execução do projeto , com a filosofia eco-lodge, a tendência é a integração , as construções utilizando materiais que se adequem a paisagem , proporcionam impacto mínimo, energia alternativa, restauração ambiental, minimização dos custos energéticos, controle de veiculos, treinamento do pessoal.

-CARACTERIZAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS/TRANSIÇÃO

Intervenções - Abastecimento d’água, energia alternativa, uso para o lazer. O grupo multidisciplinar que trabalhará (biólogos, arquitetos, engenheiros, engenheiro agrimensor, empreendedor, advogados, e , especialistas do setor governamental a construção se padronizará em “ecolodge”). O padrão ecolodge de construção evitará o impacto de erosão colaborando para não-estratificação da água da lagoa. A construção não causará diminuição de entrada de vento , porque seguirá a altura do bosque que se encontra tanto em floresta, quanto em ilha da lagoa.
Quanto ao tratamento de resíduos sólidos serão transportados para um lixão central que existe em Praia do Forte, se pretende utilizar produtos recicláveis, e/ou reciclados.
A construção de passadiços não causará influência danosa , e sim ajudará criar novos abrigos para desova de especies de peixes. Para reestabelecimento vegetal , não será utilizado nenhum tipo de adubo químico, apenas orgânico ou até restos alimentares tratados e decompostos. Nada se pretende alterar com impactos negativos , terá exatamente passadiços para evitar longas frequências de barco a motor na lagoa. Nas áreas da Floresta não é possível circulação de barcos, sendo assim protegido em sua integridade ambiental.

Quanto a qualidade das águas da lagoa do Timeantube, está comprometida há anos por ação antrópica, falta de saneamento básico, restos de resíduos líquidos de alguns restaurantes da Vila de pescadores e dejetos domésticos(presença de esquistossomose) dos vilarejos satélites (Açu e Malhadas), contando também com a presença de sabão não biodegradável e água sanitária. A lagoa durante anos foi utilizada para lavar animais e carros dos moradores da região. Há quatro anos se fiscaliza com mais intensidade , pela FGD. Uma das extremidades da lagoa está assoreada pela presença de entulhos das obras de casas de condomínios de classe A. A lagoa necessita um tratamento e recuperação , sendo que a implantação de um Turismo ordenado arrecadará fundos para sua preservação. Quantos aos olhos d’água das florestas, estes ainda puros, serão monitorados para evitar qualquer dano a hidrologia destes sistemas, considerando que não terão problemas na construção dos ecolodges florestais , pois estão afastados.
Quanto ao uso da água será para navegação controlada, irrigação se necessária. Pesca , serão introduzidos peixes herbívoros para controle da eutrofização da lagoa.
É obrigatório o manejo das comportas existentes para abastecimento de água doce no mangue.