Rajadas de ventos alísios
Alisa os olhos aos ventos
Ventanias e cercanias
Cercam os ventos da monotonia
Não cercam os pesares dos outros em mordomia
Não existe cerca para o vento
O vento sem nenhuma cerca
Nem beira o vento raja
Rajado a cor do vento
Ventania nas cercanias
Estimule o pensamento a desvairar palavras
Palavras que possam ser ditas e contadas
Escritas e apagadas
Não apaguem as palavras de uma boca bem educada
Rebuscadas as palavras bem ditas
Bendita a palavra chpaiscada
Interage e transcede
Transmuta e persegue
Se muda e se escreve
Se muda a pele
Despela
Se muda a fala
Se cala
Se cala e não escreve
Se apela
Não debande daqui
Não desmande nada
Faço o que tem em mente sombria
Calada na noite
Caldo de dia
Não me intimide
Não se intimide
Fale tudo que precisa ser dito
Não minta na mente
Seja bem franco
Em fracas palavras
De forças do além
Acabrunhado de força
Funda alma desapercebida
Receber em flores
Rumorejando as águas
Águas da chuva quem caem torrenciais
Em correntes desmembram
De membros frios e sóbrios
Passageiras e ligeiras
A imaginação se faz com o coração ou com a cabeça ?
O coração pensa ?
O corpo não padece
Neurônios nas células cardíacas
Cardio pulmonar sua boca
O corpo não padece se a cabeça bate forte
Diástole ou sístole dos teus pensamentos
Fortes ensejos de verdades no teu coração
Fortes desejos nos verdes ramos de poejo
A garganta entremanhãs de palavras
Gorjeio como um cantar de embalos
A imaginação faz a cabeça e o coração
E faz pensar em histórias de precisão
Precisão do pensar cordiforme
Os livros sufocados
Queriam se abrir
Abriam páginas
E as letras correram em uma velocidade
Que as palavras não podiam mais encontra-las
Correram tanto que as palavras ganharam também velocidade
E a velocidade era tanta que as letras corridas escorreram do papel
Timbrados com timbre e voz gritaram para as tantas letras ficarem
As palavras daqueles livros não estavam mais em prateleiras mofadas ( 27/06/05)
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